quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Declaração Nua

Te amo.
Amo inevitavelmente que não posso deixar de amar
Eu te amo bruscamente
Como uma mão cheia que fere a face
Sangra, deixa cor, deixa marca em tempo
Amo irrevogavelmente
A medida em que descubro o que se chama amor
Uma palavra, uma miséria
O sagrado enigma
Amo em medidas não medíveis
Em espaços não voluntários
Amando na dramaturgia do sol
No calor de uma Lua nobre, conhecedora de nós
Eu te amo em palavras gritantes
Desde a rouquidão de minha voz ao contraste dos gritos incessantes de muitos que te amam
Eu te amo diferentemente de eles
Rabisco a frase
Redesenho
Reescrevo
Amo na distância do mapa de dois lugares incongruentes
Me vou em ideia nas bagagens das letras
A 7 passos voluntariamente transporto meu corpo a caminho de passos teus
Amo a ti sem pés, despidos das vestes do orgulho
Desde este poema aos arredores da minha breve loucura
Amo sem saber por compreender
Não sei se amo
Invada as substâncias
Desafie os átomos
Forje novas leis
Traga a resposta
Porém amo sem maiores segredos.

Pele Mofada

Falta-lhe o tempo
Falta-lhe a memória
Falta-me paciência
Falta-me futuro
Eram reis
Faltou o amor
Falou o amor
Vociferou o coração
Os reis em combate
Um remoendo
O outro enraizado.
A memória secretando o lugar, lugar onde um dia pôde sonhar
O coração fornecendo alimento
Recusa-se
Engasga
Absorve
Vomita
A memória ultrapassa o agora. 
Em sua carruagem o passado
Alguém bate a porta do peito
Não é quem se espera
Um vulto, o correio, quase o mundo inteiro
Mas não seu grande segredo.
Anos luz em passagem
No espelho a pele mofada
Uma  voz, a miragem.
Entorpeceu
Era um torpor
Vontade de almofada
Alguém passou
Levou o todo
Não restou o quase nada.





sábado, 24 de novembro de 2012

Elyzabeth

O coração do Diabo e o coração da Mulher batendo na mesma intensidade.
Seus pés iam para a rua com direção e sem destino. Um corpo Elyzabeth. Lábios beijados.
Uma mente conturbada. Paixões manchadas no muro.
Fugia ao fugir de si e chorava sem chorar o futuro.
Ela despertou sem intenção, o dia soava, porém o Sol era lâmpada aos olhos da mulher adormecida.
Apaguem o Sol. Faleçam o dia, pois a senhoria não pretende pular da cama, neste espaço seu, o ócio predomina agora.
Até os confins da noite passada passara cantando, o clube estava cheio de seres palpitantes, muitos de homens,e para sorte das garotas o calor exalava seu pecado, seria a noite do mal e do cumprimento de alguns pecados.
Cumprimenta-se o cavalheiro. Desvia-se os olhos. Umedece os lábios e suspira como fogo, qualquer bigode e cavanhaque era indício atracação de corpos, qualquer um poderia ser o pretendente a conceder seu sobrenome e fazer da puta uma senhora proibida. Nalivah, Malarie, Delis, Arina, Corine, Brigitte garotas efêmeras, mulheres de cristal, por supuesto, amantes por desejo.
Entre tantos vulcões, no mar de tanta lava, Elyzabeth rolava uma lágrima na estrutra de seu rosto, matematicamente planejado em plenos traços suaves em sua pele morena enfeitiçada, olhos figurados num poço de mel e como completo ondas de cabelo de castanho de castanhas selecionadas. Nas cordas vocais uma divindade.
Cantando. Encantando. Enfeitiçando. Abrindo feridas.
A puta já não era puta. Elyzabeth fizera-se dama do clube naquele ano de 57. A filha de um imigrante espanhol com a brasileira descendente de índios. Seu tempo era de 27 anos proclamados, recobertos pelo corpo de curvas estrelares. O coração ferido e o whisky preenchendo o copo, cowboy para congestionar o nervosismo rotineiro.
Precisava de um álibi. Brigitte terminava de vestir-se e Elyzabeth aquecia o dorso, descansava a voz e respirava pausadamente, o cigarillo queimando entre os dedos e tragado agora por seus lábios vermelhos e selvagens. Ao confrontar-se com o espelho via a si mergulhada em rios do passado. Amava aquele homem que agora pesava somente abandono.
Torturava sua mente em questões auto-destrutivas, me pertenço? o porquê de estar aqui?, para onde irei?.
Perdoe-me Elyzabeth. Ofereço-te o álcool e seu milagre. Essa dose, muitas doses culminam em palavras reis e frases rainhas. Os olhos pesarão, as pernas começam a tremer quando o equilíbrio desaparece, com esses dedos arranhará a própria face figuradamente, cortará as máscaras, arrancando-as suavemente.
A tal puta que já não é mais puta sangrava sensações melancólicas.
Laurine propietária do Clube tocara seu ombro e ressoava que a hora já era hora. Fantasiando um vestido vermelho feito para seu corpo, usando jóias, expondo sua pele à constelação. Começara com "Basin Street Blues", os cavalheiros se embaçavam, almejavam a notoriedade por aqueles olhos grandes, e reciprocamente tentavam, atentavam por seus olhos, exibiam-se como produtos importados ou de qualidade nacional certificada. Elyzabeth era mulher, clamada como garota. Exposta como diamante.
Um concerto Blues no Clube alimentado por Ela, e personagem descosturando o prazer do cantar. Era o preço para se viver da arte. Aos sábados, segundas e quintas o diamante do espaço cheio. Sextas, domingos, terças e quartas a mulher abandono semeando a velhice de processar o passado.
Aquilo mudaria. O cavalheiro de diamante surgiria no Clube por acaso, por preciosidade um tal poeta, regador dos jardins dos romances mais épicos, jardim em que Elyzabeth plantaria sua rosa sem temer cortar-se mais com os espinhos.
A mulher nada esperava naquele tempo em que as esquinas eram mágoas, em que o álcool um grito, vivendo pesos de personagens da própria mente. O show acabara todas as palmas aplaudiam, vociferavam as vozes, ecoavam os assobios, e um breve aceno e a chama do Obrigado bastaria até o esperar da próxima apresentação.
O whisky aguardava, o cigarro já tragado no palco, agora acendia outro e sentara-se para uma conversa com Brigitte e Corine, as garotas querem ser Elyzabeth, e partilhavam da bebida, contavam suas noites e em tons esperançosos citavam algum cavalheiro ou outro, eram garotas, garotas. Conselhos não são bons. Ela continha em teu silêncio e limitava-se ao dizer de viver intensamente, afinal eram garotas forçadas mulheres.
O tal poeta não aparecera naquela noite, Elyzabeth fugia para casa não tão distante do Clube. A mente confrontava e rememorava todo resto de noite do amor e abandono, o homem que partira sem resquícios levando seus pássaros e cores brilhantes.
Levantar na manhã seguinte seria difícil, é difícil. O sol é como uma lâmpada, apaguem o Sol. A tortura era no minuto do despertar, logo Ela sobreviveria uma vez mais.
O tal poeta aparecerá e todo o curso se movimentará em direção ao futuro transportando a mulher.
O coração do Diabo e o coração da Mulher batendo na mesma intensidade.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Minha Vó tem Rugas.

Os rins pararam
O coração palpita
Dama nobre de cobre vive onde Deus não sabe se habita.
Tuas rugas são como desenhos em teu corpo e face
Onduladas
Condenando sua pouca velhice.
Velha.

Velha de centenas de cheiros
Eu queria bolo
As cores de sua televisão
Seu filme contente para adormecer em seu cobertor.
Ela é dama de pose tropicália
Olhos chiques para lábios pequenos
E falava, falava, falava
Não era a demência
Nós ouvidos para ser platéia.

Um tanto filha
Para tanto mãe
Padecendo avó.
Dama do cais se fosse conto
Apenas o abandono de um navio que rumou para Larissa
Pés de operária e mãos de cetim
Fazendo sofrer
Sofrendo na mesma equivalência.

O coração parou
Cigarro segue aceso na piteira assim como a água esquentando para o café.
Ruínas da fé.
Mariinha para amenizas o peso de Maria Aparecidade
Nome de santa
Santa nada é.
Ela tossiu para alimentar os pulmões
Apito natural avisante de que a senhora estava viva.

Jamais soube.
O cheiro de sua casa me toma
Em qualquer espaço me invade a memória.
Essa mulher é louca
Mas alimenta meu coração num espaço sagrado.

sábado, 17 de novembro de 2012

O Diabo me Adora.

Vacilo entre a noite quando me serpenteio entre possíveis paixões
Me atraco porém nada vejo no obscuro das tentações
Sou medianamente jovem de centenas de corações
Uma metade alucinados e outra metade tementes e devotos.
Caio na lama e banho de terra a pensar que posso ser flor
Não posso ser flor.
Houve dias em que retruquei ao entregar cartas de amor
Eu me pedi mas a ventania somente acalenta o corpo
Passa como passatempo e não retorna mais.

Amanteigo a dor e salgo o corpo depois de alguma frustração
Enxergo de repente pelos meus olhos arregalados e tão meninos
Os pais no cais distantes do meu país
E eu recrutando seres animados para em prazer ao meu encontro
Te conheci e te amo desde o agora até uma palavra fria
Me amarre
Não me crucifique pois o Diabo me adora.

A onda dos sonhos me conduz a diferentes nações
Ora aqui, ora em Amsterdã
Por vezes Carnaval, por séculos numa Ópera
Confesso que ontem amei alguém com tempo
E amarrei as estrelas em seus pés.

Feito sonâmbulo dei passos até o precipício pensante que iria voar
Não me atirei
Apenas escrevo cartas não entregues
A beira de explodir.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Corpo de Cobra.

Eu vivia um rapaz.
Eu era um rapaz de olhos pontiagudos
De mãos carne em corpo de cobra.

Eu rastejava.
Soava veneno e afogava no próprio
ás vezes afogado e sem morrer.

Esqueci de mencionar: Mordia os próprios lábios.
Em face do que contenho não perdoo.
Sou vitimizado
mas atiro e acabo em mim
na cama
no suor
na poeira.

O ar cheira álcool em tanta gente disforme.
Em letras miúdas me aniquile antes do linguajar da inveja.
Artigo 006/atemporal: Todos possuem o direito de serem sujos e mal lavados em estado de consciência baixa.

Terminarei traído ou na lavagem do amor.
Corpo de cobra
por sobrevivência.

Mañana.

Mañana és él día de las frutas
La partida de la tierra
Temprano paso a paso lejos de aquí.
Mañana és él día de las frutas
Un poco de hombre en la espalda
Un mucho de sangre en la cara porque mañana és él día de las frutas.

Padre sígue vivo en su baja soledad
Y ya estoy fuera de casa
Casa de los ángeles.
Para la sonrisa del Diablo las calles hablán
y de pronto en un domingo por la noche gritán
Son los niños del cielo negro.

Mañana és él dia de las flores
Desperté pero no crecí
Viejo soy en los dientes
La cara dice que voy a correr
No creo
Las frutas no revelan su óllor.

Mañana és él día de los dragones
No tenga la responsabilidad de tocar mi cuerpo
Mañana és él día de cualquier día porque és mi imaginación
Obra del día de mi mente
lejos de la cabeza.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Adão e seus passos.

Eu escrevi:
De nada me serve um coração.
Estou louco
Meu refúgio é o casulo. Casulo de meu corpo vertebrado contestado no chão.
Agora sussurro:
O amor me corrompe. Traça suas curvas torturando cada veia.
Me emprestando a velhice
Causando rugas
Dormência nas mãos
Quietude das palavras imensuráveis.
É um homem que sou. É por instante uma mulher que me habita.
Sensibilidade comparada a estrume e divagada em pernas que não tremem e por estes par de íris que arborizam, levam mar, fazem oceano e jamais afogam em esfera um coração mundano de certos outros.
Adão
Seus passos até aqui.
Paraíso, desordem, um pouco de pecado.
Estendi a mão:
Leu-se seus descaminhos por entre caminhos
Adão despido.
Eu despido
O amor em trajes épicos.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Atua-te. Atua-me.

Um pedaço de filme sem revolução. Acabado. Excomungado. Desenfreado.
Observando o próprio prazer desconjunto falecendo em próprio peito, pois tudo é verdadeiramente meu.
Naquela era em que morri, morreu um céu, morreu uma terra. Uma praga invadiu e se fez só.
Estranhamente em pele encardida, lavei roupas, abandonei os anéis, mutilei o próprio órgão abortando o prazer de carne gozada. A ressurreição ejaculada em linha à morte enferma mansa.
Típico rapaz do sertão. Completo de modinha. Moído em palavras. Ventando como som expulso de seus tecidos.
Agora é somente uma bebida. Um devaneio. A estrada perigosa em face a olhos costurados em livros e na certa bíblia de lei própria. Suas desordens. Seus contatos. Pecados martirizados em luto, reconsciência em martelação ao erro.
Nasceu a droga e caminhava um certo rapaz, dividido sexualmente, onisciente da consciência má, mas era correto o seu jogo, a sua santa. Seus dedos caracterizados eram válidos até nascer o amor.
Atuei-me e morri de dor.
Jamais amor cresceu. Só soube de minha carne, sendo carne apodrecerei e as moscas farão festa, festa.
Era um rapaz típico. Era um moço. Era um velho eu em sementes separadas, dispostas em terras, inférteis num pobre pequeno lugar.
Soube de mim campo. Fez de mim mito popular. Caçou-me incessantemente, na cidade eu era animal, genial.
Era um moço de trágicas idades compartilhadas ao clima. Parado em seu sinal amando um amor ingrato. Reascendendo velas apagadas. Moço procissão de misérias e promessas. Buscou-te. Ameaçou-te em consciência pura. Matou-te em fantasia. Tanto vivido de amor, entre dois amoralmente desperdiçado.
O velho eu malandro de campo minado, o sujeito ferido de várias estrelas. Pedinte de cometas. Disfarçando comeres, planejando dizeres.
Embriagado, embriagando, achatado, gastado e furiosamente novo. Ele nasceu. usurpou-se
Provou do mel, adoeceu-se do veneno. Velho flor em andanças de fragrâncias complementares, desta terra aqui, deste lugar de lá. Da Amazônia contradição, do deserto insensatez.
Atua-te sem províncias. Atua-me descaradamente
Mandato tropical de arranjos novos, quereres constelares, dizeres suaves. Cara nova, tam pouca idade.
Adormecido num velho boi negro.
Feito diamante nos braços e alguém inexistente no real severo.
Atua-te. Atua-me
Despe-me como Bethânia.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A Crônica Secreta sobre Príncipes e Lobos.


Você é o encontro inesperado do mais antigo sonho. Teus olhos se aprofundaram nos meus numa noite qualquer.
Qualquer leveza das mãos era indício de afeto. Qualquer dedo faminto e aprisionador indiciava vontade, quis conversar sobre o tempo e suas desestruturações, sobre você e a evocação de suas ideias.
Porém teu corpo era presente, quase que por impulso não poderia controlar. Os lábios pediam mais cascatas de hormônios, mas a intensidade das palavras martirizavam.
Volta de Flores. Olhos de mel.
Doce envenenado que deixaria marcas, letal, proveniente do instinto animal, e me transformei em bicho para não morrer. Lobo talvez, para ser ardente. Inconsequente. Trovador. Me dominou e me certifiquei de minhas outras vidas.
Chega! Não! Chegue o príncipe, arrastado, queimado e suplicante. Me arrebate! Arranquei a punho firme meu coração, pulsante, em batidas velozes. Tome para teu mundo, esconda abaixo de teu travesseiro.
Não suportei os dias, sou animal, invada minha selva, vou bater às portas de teu reino, completamente despido, arranhado e pedinte. A pedir que me banhe, que me trate como jóia rara. Parte integrante de teu mundo dourado. E me beijes, e beijarei a ti até que lábios teus sangrem.
A gente se cuida a ferida.
O teu reino me abriga e o tempo vence. Vence como relâmpago, e ao encostar a cabeça, e quando os braços se fecham em teu peito. E o corpo vira parte de mar. Concha bela perdida na areia que é a estrutura de toda a beleza marítima, e desperto por um minuto para prensar e realçar o dourado da concha.
O príncipe que principia a paixão fixa e fervorosa. O lobo que uiva calmamente para o encontro.

sábado, 8 de setembro de 2012

No dia em que apaguei as Luzes

Traição.
Esconde a mim ao encontro de ti. Tinando a linha para o encontro de poços fundos, eu mais você.
Desespero em teu fardo na obscuridade de não se enxergar,  marmelar, mistificar. Descaracterizado, ao meu corpo inteiramente enfrentado.
Gente  demais em muita luz, demasiada cruz
Ao mundo que se seduz e não nos permite estar nus.
Moscas enfeitadas em ronda ao café, tome a fé
Mergulhe o teu pé no meu solo, meu barro, meu espaço.
Cale-se em obediência ao corpo
Em conversação da alma
Beije-me maravilhosamente sem tempo e sem antecedente.
Deslize a palma sobre minha cor
Neste escuro, feito incolor.
Torpor. Despido de roupas, trouxas, bruxas foscas. Acalantos. Calma boa
A bagagem têm seu peso e deixe-a distante de nós. Nós nos convém, que se venerem e nos prenda, sem prenda.
Toda flor
Palavras imensas.
Massacrando em degustação de não luz. Sem prece. Vida breve.
Romance malabares
Ser outro no depois, o agora é um, sem amanhã ser dois
Invada-me
Fala-me
Santidade à minha devoção.
No dia em que apaguei as luzes ofuscamos as estrelas.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

No tempo em que fui Mar

Fui canção da civilização em um nascer de vida longa.
Nas águas remotas clareando a areia no passo de borrar os escritos passados.
Noite ancestral no ritual das cabeças pensantes, seus corpos endiabrados desnudos em mim, meramente água deste mar, bom, mar.
Dia astral ao lamber seus dedos cansados, lavanda e lavados, à cerca dos peixes e de qualquer vida afogada na profundidade de mim
Barquinhos e constelações em pesca ou refúgio
Descobrimento ou simples penetração de minhas leves ondas
E se chove são nefastas as lamúrias de minhas faces obscuras águas para um céu gris e pouco abençoado
Para sempre no passado presentemente no banhar do futuro. Inundo vivamente em prantos as mesquinharias terrenas.
Desdenhando a lua. Silêncio! Pausa na montanha de fala
Estou amamentando por meu seio imensidão o naufrágio que é ser vida, virá a ser vida, em prazer vida.
Morrem os desgostos e nascem as nadadeiras
Aproxima-se a hora do sol, de meu amado refugiado, acalentando-me com cores vivas e ilusoriamente amarelas
Ele veio  beijar a mim, em meus mil lábios escondidos na transparência de minha pele água.
Surge o novo sem ideia e centenas de carnes reprimidas se banham em mim. Vá Sol!
Exausto estou e farto de visitas vazias. Se furioso me encontro, meus dentes ondas mordem suas colunas vertebrais.
Sujo me encontro no agora, são os tais sentimentos podres que caem sobre o eu ser mar nesta época
No tempo em que fui mar
Não sentia sede
Sensações diversas desaguavam em mim.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ensaio da Conquista.

Laços e pés descalços
Jeans em retalhos
A lágrima rola pelo rosto
Ardendo a lembrança do viver novo
Cai a noite
Quando as estrelas frouxas brilham para outro moço.

Olvide as regras
Cuspa no chão de quem roga por elas
Deixe o amor esquentando na panela
Imaginei ser teu bem
E por horas ser teu mal
Não digo aquém
Nasce um querer intencional.

Não responde
Não responderá
Uma mensagem
Uma ligação para constar
O ensaio da conquista não te quer libertar
Somente como  você está
Frase em que o coração não deve mergulhar.

 E se eu for
Para horas passadas não alimentarei.
Ofereço uma lei
Num olhar inóspito te encontrarei
Sou qualquer coisa
Uma paixão desenfreei.





quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Essência Barata.

Sensivelmente compreendido na rua.
Questão pela qual caminho descalço no asfalto cru.
Precedo um ser contaminado já constante no eu de ser somente a mim.
Eu sou a guerra.
Eu sou a aniquilação.
Noites cobertas já não sobrevivem em minha janela de rua.
Burburinhos. Algazarras em meus dedos de carne humana.
Profundamente afogado em insensibilidades de dentes ferozes.
Jamais leia minhas palavras compostas de poesia.
Fazem mal ao tal coração.
Umas cartas foram escritas, letras foram traduzidas pela mente. Erroneamente.
Letras manuscritas pertencem a cavidade vulcânica do coração.
Nada é demasiadamente jovem para flores. Tudo é desesperadamente influenciado por brotar de amores ardidos.
Em bandejas.
Pratarias.
Velharias.
Cristal que se rompe. Delicadamente acabado.
Existir é caro para estrangeiros nacionalizados nesta terra de frutos podres, explicavelmente, a essência deixa de ser perfume, se revelando em estrume.
Moscas.
Moças.
Chega de roupas. Apresento a essência barata de ossos meus artísticos e desequilibrados.
Danço, mas, não sei dançar.
Minto, mas, não sei mentir.
Existo, mas, essa verdade é pura solidão.
Amo, para a etiqueta, uma tragédia.

domingo, 26 de agosto de 2012

Confissão para que Confesses

Sei somente desta vida e por sorte dos ancestrais
Eles me dizem, eles me retrucam, me disfarçam. De algum século passado
Século presente e refinado em qualquer porta, fechada.
Tenho um par de olhos enxergando além do físico. O que dói causando espanto.
Os homens, as mulheres, os animais. Voam para uma caçada. Param para o ranger do coração.
E neste instante inconstante as palavras mergulham na porta de tua casa
Provenientes de vários de mim por tempo. Por espaço. Por paixão aquecida.
Frente a frente não posso lhe dizer. A ética da nova era não me permite
Mas se decidir sonhar e navegar nos braços de horas passadas volte o século
Passos retrógrados e viveremos o romance experimentado em ardor, puramente quente numa palha prestes a incendiar por nossos corpos estalando. Estalando. Cozidos amavelmente.
No âmago da consciência percebo que não és quem proclamaria ser.
Um dia mais passou, fugi, você fugiu e fugimos de nossas tentações.
Disse-me de três paixões buscantes de meus dedos. Não sei, nada perguntarei se consta tua face.
Queira-me para um viver duradouro dourado
Sejamos um romance teatral.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Roubos

Desfaça-se o caso
Das coisas sórdidas
Um tempo desconsolado de disfarces
Serestas sérias em mentiras ordinárias.
Possuo olheiras de centenas de noites mal sonhadas
Sonhos em salas distantes
em índios conhecidos
em amores fugitivos. Algo que nunca me pertenceu.
Cansado de pés e de pernas
De dentes e de bocas
Loucuras e santidades.
Exaustando e exaltado em um personagem parado
Congelado na caixa de fósforo
Sem relógio. Roubaram a bússola. A auréola. Os sapatos. As pegadas.
O coração.

domingo, 19 de agosto de 2012

Pose de Retrato.

Beijos melados
pose de retrato
dois seres num cenário.
Sol na cama
afogados na lama
Ouvindo o som
do ranger dos dentes
Crescente chama
Fatal para dois inocentes.

Depois a hora acorda
E os olhos abrem
Me engana a memória
Se teu corpo é verdade ou história.
Digo palavras flores
Não quero me entregar
Para teu pensar
Serei distante.

Me lave no romance
Conte as pedras
Obedeça as chances
e reconheça as libélulas.
Vou escrever uma carta
Contar para ela
De você. Da miséria
Começa a novela.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Mal Criado

Boca suja em lagartos largados malditos
Podridão salta em mira de alguém sem importância natal
Fugindo do mal porém o mal atenta a língua sem castração
No inverno ou em noite porém sem dizer amém
Sem prece
Um homem não vale seu órgão e defeca suas ideias mais românticas.
Andando nas ruas ou nos passos contados de um apartamento habitado por outras caras
Mas o pensamento engana e faz uma mão acariciar um peito quente
Risadas (Risadas intensas)
Lágrimas escorrendo pela face dilacerada. (Um rio descendo olhar abaixo)
Insultos baixos. (Insultos altos e incessantes. Esdrúxulos. Espalmados. Raivosos, atacantes e atacando qualquer ponto em movimento)
Suportação não é a palavra exata para desistência.
Uma mulher derrama seu leite aprendendo a paciência de um feto gritante. Tal compreensão.
Mero rapaz de origem latina quente deixa um bilhete no chão. Letras pastéis carregadas de ódio artesanal.
Apresento-vos.
"Cálla-te. Muera hombre. Muera hombre. Que venis hacer aquí?
Tu ollór és desagradable, enojáme con tu voz delicada sin decir cosas de realidad. Arráncate tus própios ojos, no ves a frente, no verás por detrás.
Tu piel está vieja de tanta sedución inutil. Te vayas.
La boca de tu cuerpo és demasiado amarga."
Qualquer posse termina como qualquer final vivido.
Mal criado para mudar o jogo, amor.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Carne Dourada

Bom que fales e que mostre dentes teus
Serzinho de olhos corujados de bailar em noites luares
Pés teus descalços numa rua suja de atrocidades
És arte e todo seu conjunto de fenômenos raros
Sei que completamento jovial me encontro ante a olhos tão vividos
Partidos dedos de palavras ditas por uma boca mal beijada
Essa minha
De lábios rojos de mordidas doentias e passageiras
Digo por um instante sem mirar em olhos mirantes em meus
Meus corpos transformados por distorções variadas
Quero-te compreender numa calma de noite conturbada
Muita gente para uma poesia pensada em análise ao teu corpo
Teatral de malabares dizeres do que propões a ser
Serzinho de facetas intrigantes
Querendo-me confundir
Estudo vagos movimentos por onde queres chegar
Caminhais na cevada incessante jamais parante
Beber
Merecer
Viver
A loucura de um álcool partilhado por cérebros jugadores.
Vil é ser um ser sem saber ser
Vejo delicadamente que não és um trato de outros becos
Disposto a ser novo e contratado por um Sol
raiado de pele para uma pele que pertence a você
Anjo bom
Carne dourada exposta numa cadeira
Balançada numa estrada
Avante os tambores para chamas futuras.
Carne lista para comeres emocionais.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Como Algo Indigesto.

Sujo como a rua
Valente como noite
Barato como vapor
Descansado como nuvem
Velho como passado.
Desbaratinado com cruezas novas do mundo velho
Velho novo por olhos pagantes do futuro novo
Há o futuro velho que se fez passado e abandonado
O minuto passou
Humanidade idade de correntes no tempo detrás
Aquém. Amém
Larga-te Belém e viva-te sem querer quem.
Caminhando como barata.
Desnudo como Adão
Olhares como bicho
Gastado como mãos devotas.
Cegueiras invadiram faz um tempo presente
A gente vive de um olho caolho
E se mata  com um dente a cair.
Vagabundo como um coração
Morda a mim
Morda a ti
Envenene-se
por prazer.
A vida falhou
Demência rara.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Órgão Genital

Órgão irracional.
Genital de prazer minuto
Gozou.
Acabou!
Pornografias giram em torno do mundo
De qualquer mundo
Mundo fechado de uma mente corporal
Pensante em corpos beijos sexuais
Lapidados endiabrados sem resquícios de amor
Rastro de calor para horas de pensamento
A vontade vai
A vontade dá voltas e volta
A madrugada do órgão genital
Tarados
Pervertidos amantes usurpando o corpo próprio
Engolindo outro sem poesia
Em prosa pura conversada
Pagas ou pagarás em suor frio.
Caminhando o século em ordens orgão genitais
A ditadura é severa aos amantes mal amados
Paga-te a traição
De um nó na cama no lençol usado
Sem você
Em outra era, outra estação
Então
Homem Mulher de comer carne
Amor abaixo da cintura
Pele lavada
Alma desbotada.

sábado, 28 de julho de 2012

Fascínio

Não pensei nas promessas de verão
Nem nos pássaros
A paisagem era bela
O vento cuidava o coração.

Os anos passaram em segundos de luz
A poeira cobre a cruz
Há quem se divirta
Há quem apite
Mas a pipa dança
E a preguiça pode até ser rica.

Não tenho medo de querer
De abortar os limites e ter prazer
Nunca canso dos malabares e de jogar as merdas pelos ares
Me trague e pouco fale
Serei teu bailarino
para fascínio.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Caçador

O coração acelerado como o tempo
Tudo parte de uma inutilidade grande
A boca traiu seu amo
que agora é vítima da noite
Rolando pela cama
Atravessando a mente
Se atormentando com a ponta de agulha da lembrança.
Jurei aniquilá-la
Ainda sou homem
O coração pulsa enquanto a correnteza não me leva
Me prende e espere que eu contribua às águas gotas a mais.
Mundo calabouço.
Presa do caçador
Me apanhou
Não era eu a espécie adequada
E me debandou na selva
Selva onde habito
Só em tempo
Sem fala.

terça-feira, 24 de julho de 2012

2 faces.

Eu tenho 2 faces
Retrógrada e vulcânica.
Ardo num tempo de fases
E com dentes afiados eu mordo a esperança.

Palavras grandes questionam
O meu discurso se intenciona
Ao ouvinte de ideia mundial
Espero o pulsar de um coração genial
E se o passado couber numa caixa
Eu retomo o cotidiano sem lembranças
Sem contar migalhas
provocando palavras insanas.

Amar é como ter sede
se enraiveço penetro na parede
Sem beber água
divagando no deserto vagabundo
Sem fala.
Tenho 2 faces
Retrógrada e vulcânica
Não me ofereça o manicômio
se não me couber o amor de seu interesse.
Engoli
O suspiro
Um dia desses
Me mando.

sábado, 14 de julho de 2012

Luzes Apagadas

Te sujarei de cores primárias
Quero que te faças coisa lembrada
Criatura sobrevivente do meu tempo
Sem renúncias e armaduras.
Distantes e distintos de marcas fartas
Enfartando-nos somente com corpos preenchendo o quadrado
Neste elo dois corpos descansam no mesmo espaço
Sendo um, zumbis, enfeitiçados, caracóis calados.
Luzes acesas dizem centenas de coisas
Não é o que precisamos neste momento inenarrável sem hora
Desenhado de honra preliminar.
Marcas esgotáveis passeiam em carroças
E se vão para as roças
Ou tomarem banho em lamas da cidade.
A esperança quitou os óculos
O manequim se vestiu de retalhos quando o poeta deixou de apontar os lápis
Calçados na modernidade de um século enfermo aventurando em si próprio
Sem se educar desde o princípio
Encontro você, veementemente aflito e decorado
As luzes apagadas não dizem
Impõem as cores
Nada declaram.
O luxo é um vaga lume que se aposentou  para a presença confrontada de seres amantes.
Apagadas
Luzes
Acesas
Cores.

Pequena Fruta

És do jardim prometido
Beleza rara profunda concebida ao meu instinto
Crescente em terras férteis de paz límpida
Arrisco-me à trivialidades por teu desdenho
Quando te acercas faço-me dengoso, assim, para que me banhes com teu mel
Desde que compareci a este cenário de uma peça desconhecida buscava por rotas
Tréguas jamais foram concedidas
Desviei caminhos outrores
Em passos largos complacentes, inundado de gente
Nada eras tu.
Provei de frutas deste mundo, mas alguma não concedia seu sabor jovem
Velhacas e terrenas de terrenos infertéis
Crescentes de modernidades
Apareceste tu, despida de fardos e cacos
Descalça
Castanha
Rara
Pequena fruta de sonhos vegetais, saborosa como o cair da tarde
Sem qualquer alarde
Atrai
Raparigas e rapazes
Margaridas e selvagens
Invada-me,  cala-me, fala-me tuas línguas
Inventa-nos verdades malabares.
Sujeitos a voar escondiDINHOs pelos ares.

domingo, 8 de julho de 2012

Palavras Confortáveis de uma Boca Feroz.

A boca se faz do rumo das ruínas roedoras.
Os beijos são reflexos do encontro de outra metade própria, nunca jamais encontrada, sempre, persuadida.
O enlace se consagra em diálogos interiores, um certo monólogo, para uma vasta compreensão, do que ser, de onde estar, de como possuir, para como aprender a abandonar.
Neste acontecimento, desta época onde sou consciente dos desejos, o ambiente provoca os lábios
O faz articular de acordo com suas regras, sejam maliciosas ou governantes
À passageiros ou amantes.
Lábios mestiços de inúmeras origens, mesclados, marinheiros, malucos molhados. A história se resume no diário perfeito, nada cabível com as horas corriqueiras, todos correm das palavras malabares.
Mas saber fidelidade é reconhecer que a verdade se encontra mergulhada na boca.
Conhecer mentira é selar um acordo com os ouvidos, a verdade ouvida purificada, se tornar restrita, fazer a mentira saltar da boca como um quebra cabeça.
Os bens escrevem a quem. Receptores de como qualquer que seja.
Palavras voam e chegam como tempestade, depois que o bem deixa de ser o bem amado. Por esta razão os ossos estremecem, o coração para e anuncia morte. Depois de noites mal vividas, a boca ressuscita. Os lábios gesticulam, todavia trêmulos, mas pedintes de carne humana, profana.
Não somente o amor, mas o tambor cotidiano provoca letra por letra, que ao final se fraseiam, e ferem saltando de uma fera ferida. Se estende o tapete vermelho, e o diabo cumprimenta seus tentadores.
Fala, Morde, Assopra, Assobia, Grita, Sussurra, Sussurra, Sussurra. Soa como falsidade, ou como ternura, dependente a quem por quem.
O imperador é um animal que aprendeu a falar.
O amante é o humano aprendiz de palavras verídicas.
Boca é porta de saída do inferno.
Palavras confortáveis cuidam. Palavras confortáveis de uma boca feroz queimam e ensinam a longo prazo.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A crônica da Cabana.


Meus olhos se escondem na cabana. E perguntará você, onde se encontra a cabana?
Não podes saber, pois certamente não sei por onde vago, ou se pertenço ao espaço terreno onde habitas junto aos infiéis.
Sinceramente, a sinceridade deixou de ser sincera, enquanto a verdade deixou de ser severa, e nesse ciclo o olhar se martirizou, fornecendo-nos sua amargura, e caladamente os jardins se fecham. Seja o do Éden, seja qualquer outro, sem flores e outros animais.
Encontraste-me passeando, divagando sobre poesias empobrecidas, nada jamais no passado interessou-te, o perdão foi corroendo em si próprio, eu humano animal não poderia recriar mais, o esgotamento se fez em esgoto, onde me banhei, mesmo estando na cama, na rua, ou sentado no sofá absorvendo a solidão televisiva.
Neste momento o tratamento se converte em lhe, pois não posso mais referir-me a ti com demasiada intimidade, levou-me estranhamente por horas semanais, assim acostumei-me, e as horas não se convertem, correm, correm e correm inimigas do passado, mas presentes na lembrança do ontem.  As frases se preenchem de não, não se pode, não se refaz, não mortalmente vivo não, nunca quis que o oceano encaminhasse assim, desta maneira cruelmente pretensioso de lágrimas.  A balança desequilibrou-se , a mulher bebeu a justiça. Embriaguei-me de pensamentos decorosos,  loucamente sensatos, agora comerei um prato frio para agradar a alma, mantê-la na calma. E questiono a ti, todavia forneces alimento a tua alma?
Nunca conheceste o tempo, o vivemos, o passamos sem obedecer a sua glória. Jamais quis curar-me de certos momentos, pois agora vivo o tempo da razão, e de tanto muito vivido a paciência invadiu-me, e fui fortemente reerguendo os dedos para massagear ombros meus, aconchegar-me, sem machucar-me. 
E se o mundo acabar estarei preso na caverna das indagações , conhecendo a mim sem amor, cuidando os passos sem rancor, amamentando a mente em paciência. E se um dia compreenderes na calma, chame a mim para um passeio, mas para falar-me sobre tua nova alma, espero que dançante, aprendiz de saber o amor.
Aguardo as energias do mundo para que penetrem em meus olhos. Olhos por dizerem.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Quero passear no Céu.

Depois da calmaria pisarei neste terreno longínquo
Não saberei suas rotas
Abrirei certas portas, mas sem onde chegar
Os pés caminham sobre o horizonte e a alma segue galopante
Viajando no elo entre exatidão e serenidade
Vanguarda de decisões promissoras, mas que agora se liberta
se brinca, se deixa acontecer neste certo espaço incerto, onde não conheço
Onde passo a não ser eu, mas o encontro do que poderia ser eu.
Nascente, preparando para ser criado
 e tudo puramente decorado
Com tuas cores primordiais, teus sinos, e frutas, flutuantes
Frutíferas por serem venenosas, mas que merecem e pedem por serem mordidas
A vida precisa nascer, mas reformulado, agora, a fruta devorada
 Sem piedade, nascerá eu, nascerá outros, e também a morte.
Ouço cantigas, canto de vozes jamais ouvidas, vozes pequenas e articuladas
Homens mulheres pequenos e sem sexo, mas homens, mas mulheres, mas crianças
decorosos e decorantes, preenchendo o espaço colorado.
Cantam. Fazem cantar.
Minhas mãos se tornam joviais, minha face se refaz do banho celestial
Depois de dançar, descansar remete a alívio, sem frio, sem tempo
Sem qualquer lembrança. O passeio conduz, e permaneço no céu.
Contém equilíbrio para a toda a fonte de esperança.
Refaço, redesenho, redescubro, reinvento, refascino
Do Re se refaz, se revolta. A conversão se faz, e o pensar jamais volta a aniquilar
Aprendi a ser qualquer coisa além de mim, pois se há outro
Sou o outro e aprendo
Que não sou umbigo, sou o dedo, de um grande homem.
Continuarei, quero passear no céu
Mas sem ter hora para voltar.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Pois se Foi.

Se não fala
Não falarei
Fico sem alimento
Não me inundarei
Provarei da deslei
E se cair, sei não se tentarei
O beijo se foi
O Abraço se propôs
o Adeus é final de programa
porque não teve arroz
Fica pra depois, coisas do amor
Nada de amargura, sem pensar em armadura
O romance é pra brincar
 Se acabar, tudo levará
Deus dirá quanto custará
É que volta, vira poeminha
para eu fazer uma ceninha
Volte para teu amante
Seguirei galopante na estrada férrea dos elegantes
Todo cantante
Pois se foi.

O Beijo da Menina Brilhante

Cabelos de mel travessos e brincantes com o vento
marcam sua estadia.
E ela sentada brilhantemente na cadeira azul, e a cadeira é o mundo
Mundo de gestos e suspiração
Para ela
Inteiramente ela exposta e tão menina sem crescer.
Quanta suavidade em olhos pequenos dourados. convictos
e mirantes das mãos, enamorados de si.
Tímida. Um tanto completamente, mas é seu charme confortante
Que ela é somente si, várias de ela.
Moça mortalmente fatal
Pequena e estátua
É de beleza sutil, de pele creme de seda
como um sorvete, que o ser não resiste
mas a mocinha não se permite por tão pouco.
Ela é grande de coração
É feroz, corre riscos, risca a palavra arrependida
reescreve o bilhete e envia com puro amor inventado
sem cautelas, porque é ela, e ela é dançante.
O beijo da menina brilhante encantará os desistentes
Apaziguará os descrentes
e despertará paixões inexoráveis.
A mulher de brilho é Céu, é Terra, é Mar, e termina por ser Fogo.
E digo
"És o equilíbrio da paz para a terra seguir pulsando.

domingo, 10 de junho de 2012

O Homem.

O homem de fome passeava livremente com seu cachorro. Cachorro!
Homem paspalho de mãos bárbaras e pés calçados de concreto e de pouco teto. Dentes quebradiços do espelho alfa, se rompeu, se quebrou e apodrece sem pedir licença, por tempo.
Tempo, termo, temperatura e nada quase pouca nula ternura.
Esse homem é inocente, cheio de indolente, de olhos carentes e mínimos, brancos e ensanguentados. Olhou  e a visão ardeu e perdeu a beleza, nasce a pobreza, sem sobremesa, grandiosa. Possuidora.
Velho homem e seu cachorro. Companheiros de bueiro!
Senhor Homem comendo o chão, comendo a lama e devorando o asfalto. Homem vazio sentinte de perigo. Estralhaça a embalagem do capital, mergulha por entre os dentes e surpreende a língua, gozante do sabor apresentado. O Homem se representa, mas não se orienta.
Se morde e é canibal. Come suas mãos, seus pés, seus órgãos, tudo em devaneio, tudo o mês inteiro. E O Homem se deita, se geme e não se quer ser O Homem.
O Homem sabe que é problema. Verme urbano que brotou, brotado do mato, do espaço ou da favela. Não. Favela não. Periferia. Alegria do povo pobre, pobre povo oprimido, proibido do castigo, povo castigo do mundo, povo sem alívio, irmãos do Homem, seu caro amigo.
Pré-Histórico Homem, sobrevivente da terra revolução. Tesouro maldito de uma outra era. O Homem e seu Cachorro. Cachorro do Homem que não sabe aonde vai, se vai, se chega, se rouba ou se cheira. Cheira seus braços, as palmas da mão, cheira pó, cheira flor, cheira a rua esgotante do esgoto. Lugar onde brotavive, se permite, se delira e dorme sem dormir. Sem sonhar.
Ama. Quer amar! Ama seu país e seus slogans modernos, suas promessas, seus remédios livres e sua orgia exposta em todo e qualquer beco. A orgia move, faz nascer verdinhas através de orgias.
"Orgia é boa, viva a orgia. O Homem. A Mulher. Os Pequenos. Todos para o Sexo, sinta sem Nexo"
Vida é inconstante e não se chama vida, para tal nada é por acaso, tudo é pensado, é estratégia de boca de sapo, e é preguiçoso, se espreguiça. Preguiça Social. Trabalhador de golear, se nada rolar, por que não golear?
E se um prato alimentar hoje, do que amanhã virá? Sem pensar, não se pode pensar. A surpresa é repentina, um presente de gregos e de homens pequenos. Mas será bom, uma pratinha compra um dente, somente um dente é pra ser feliz, nada, nada mais.
A dor caçoa do Homem. Mas a dor mata o seu Cachorro, que alvoroço! Se o Cachorro morre o homem não terá amigos, o Homem morrerá, pobre. Ele ressuscitará, assim como a sua crença, ele também pode ressuscitar, ser herói e será famoso. O Homem é foto, fotografia de outdoor social, de comoção para lágrimas de sal, de crocodilos. Temem o país e o Problema Homem!
Quase tudo é conversa de bar, desabafo sem cessar, blá, blé, bló, blu, goles e mais goles de louras geladas, de morenas quentes, de cancerianas calvas, ou de mexicanas selvagens. Tudo se bebe, mas para passar a dor do homem, senão ele não trabalha, não maquina, não é espantalho.
Aliás, o Homem é espantalho. Abriga olhos passageiros, pombos corriqueiros, governantes travesseiros. É obra de arte genial. Gênio, grande por ser somente andarino.
De tanto andar o pé dói, crosteia e não caminhará mais. A estrada é longa e as pedras são quase invisíveis, mas são formadoras de opinião, de todo o colapso cotidiano.
O Homem é poeta. Ninguém compreende o que ele diz. É neologista. É pensante. De muita pouca maldade, de inúmeras viagens, de imensa cor, cor preta, cor marrom. Corpo nu de escultura diária.
Se o Homem morre,
Morre o país
Cai o nobre
Sobra pó, e toda a vida se desfaz do nó.
Grande criação bocó!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Aurebela la la la.

Casinha cansante de careteria pouquissíma gentinha.
Povo deladerado de minutos farroupados. Roubam, se roubam, estremecem
Partem para a brigaria, mas morrerão de melancolia.
Pobre magicaria, coisa de esquina.
O trato é tratante e trata de tratos e de corações tratores
Arrebanhadores
Que se acolhem
Não quererão saber de dores. Louvores! Dolores. Calores. Provedores. Sentimentadores.
A gente se olhará, se arremetará.
A gente se pensará e se escreverá. Tudinho para o tempo passar.
Vai chegar a hora d'alma banhar
Será uma grande descoberta.
Olhe! Face da terra.
Ovelhas pelas avenidas e tanta outra gente paradeira
Escondentes da luz. Observando a sujeira sem balancar a janela.
Todo anjano é defeitruoso.
É amor. É amantidade.
Falhadades
Coisa de gente
Que se ama
Se estranha
Se integraxa.
Aurebela la la la la.

Coisa de Mar

Mar que bate e que volta
Carregante de corpo nu
Embriagado de céu e gritante de paz
Paz absurda de água imunda
Água de chuva e que cairá na rua.
Nasce
Morre
E vira
Mar.
Mas não é para acabar, é para aMAR
Ver olhos de espelho e se enxergar
Enxergar de si e de outros
Outrem e picolé de morango
Corpo ritmo de tango
Morro santo do mar branco
Límpido e bambo.
E choverá . . .
O corpo de se afogará
Praia de sol
De terra
e
De mar.

domingo, 27 de maio de 2012

I can't be Sweet

O ar é lentidão
O peso é imensidão
A sobra é exatidão
A ansiedade é emoção
O calor é percepção
A partida é possessão.
I can't be sweet
I won't be sweet
I felt too much love, now i'm hugging the window
I must be my own secret
Am I sweet?
You gone smiling in that car
Did you go away? Away of my thoughts?
És una locura pero las palabras son decididas
He decidido quedar
Acerca de ojos que no conozco
Muy lejos para que llegues con rosas?
La flor és pequeña
La gente és mi piel negra
Mi sangre és tu lagrima
Mi falta és la partida.
Uma mensagem
Pode
Abalar
Um
Certo
Mundo.
Connection Failed.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Cenário Falso

Cenário falso dos seres
Conjugados e apertados
Apertados inteiramente disfarçados.
Bondade tua olhar-me desta maneira
Qual vínculo?
Absurdo temporal de quereres
És maratona de dizeres
Recomeçar?
Que prazer rever-te. O quanto irás esconder-te?
Você diz que joga.
Encontro de dados.
Seis!
Seis sensações corporais
Angústia, saúde.
Dor, calor.
Medo, espelho.
Amor, tambor.
Calma, alma.
Encantamento, descontentamento.
Você?
Certamente. Humano, Aumano, animal, animalesco.
Qual nosso parentesco?
O Elo do desespero
Aqui estou, nada sei, vagarei como de lei, saúdo-te por instinto, como-te por prazer, deixo-te por vingança
Amo-te por tempo perdido.
Tempo perdido?
Jogo?
Sensações animais que corpo teu transfere-me.
Tempo perdido pois parti
Pés caminhando e mesmo amando-te.

domingo, 29 de abril de 2012

Doído de Olhar


Estou todo doído de tanto te olhar
De horas de admirar e desvendar teus traços
E de tentar te fazer laços
Esse bem que cresce e me faz te querer tão bem
Tão próximo
Próspero
E quando me olhas
estremecem até os ossos.

Falo de olhar
Local teu onde posso naufragar
e perdido, dizer coisas sem pensar
Sem pensar em me alimentar
Me alimento do teu sorriso
das tuas poucas palavras de encantar
e mesmo dizendo que não quer me amar
A cada hora em que eu te encontrar
A gente vai se sustentar
Se suportar
Sem se arrepender até o tempo passar.

Palavras não te penetram
causam alvoroço
e te guiam até o poço
A confusão que pretendes está em mim
E convido para que se aventure
profundamente até o fim
Por gentileza não me desestruture
Me ofereça teus costumes

Depois de dois dias partirei
Não tão certo que te esquecerei
Porém certo de que acertei, ou errei, já não sei
Quem sabe eu volte pro destino nos juntar
E que dessa vez, sem retalhos
Sem tempo, sem cessar.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

(R)Evolução Terrena

Eu vejo um novo sabor nascer
De repente o céu se torna intacto e as estrelas se entediam com a população terrestre
Eles mudam e são os mesmos, os mesmos antagonistas.
Eu vejo a morte ser a estrela
Radiante e presente em cada esquina
Toda interessante cheirando a furacão. O homem à carrega, à leva para passear como cachorro, alimenta, banha, guarda em afeto, paparica
Mas somente. Somente o homem desconjurado.
A fé pesa em minhas mãos. Se desprendeu de meu espírito, quer viver e sair andando por aí. Se sentir e se abusar.
A fé no céu, fé no eu, fé no Deus, é fé na terra e fé no pé. A caminhada é leve, passos nossos que pesam, causam mau cheiro, mata flor.
O amor vai se tornando bicho, bicho selvagem que irá fugir, se esconder e ninguém mais encontrará. Aqui agora, ninguém sente verdadeiramente, ninguém pode ver, só pode prever, sente o gosto, fica louco e deixa morrer. A cascata de intolerância, fogo aceso na lembrança, contos de traição entre seres.
O amor será bicho já que a vida é selva.
Cultura vira pó, dedo faz o nó
E neste inferno sorvete não derrete.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Pequena Furacão

A saudade transporta-me pelo tempo
Investigarei
Derramarei lágrimas maternais
Rezarei
Purificarei-me para sentar-me ao seu lado.
Ouvir suas histórias
Ser perturbado pela fumaça de seu cigarro
Perturbar sua alma, tão já perturbada, mas
Que encanta, que irradia
Cria um jardim de flores e espinhos
Espinhos que ferem os corações importunos
Por esta voz rouca e quente, matando-nos
esquentando-nos, transportando-nos a outro plano.
Pequenina
Dama voraz
Monstruosamente encantadora e conheço-a tão pouco
Nada quase
Mas estes olhos usurpam
Tiram a tranquilidade
Seus gestos são insanos, insanos de beleza
Graduados de pura emoção.
É com esse que vou, é por estes passos que caminharei
Seus anos transformaram-se em luz
Seu rosto em nostalgia. Estarei aqui contemplando-a, da janela, pertinho do céu, onde Deus a guarda.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Descobrir de Ser

O verbo de ser eu
Distorcido no encontro de outrem
Quaisquer modalidades de um ser distante
Venera-me e seja-me
Espelhismo que vejo que sou nada além do outro de mim
Canto
Parafernalhas
Fuga da lágrima da pequena parte que sou
Um olhar dominador esquerdo
Um olhar inseguro direito
V o o o zes
Sussurram
Urgem
E nasce a história do conto que sou
Vivo eu
Sou outro alguém
Mar fora de mim
Gigantesco, gigante e pequeno
Eu contra o inferno de ser eu
Nada mais além
Contam-se histórias de blá blá
Há que não ouvir
Quero não, porém o outro quer
E se nada descobrir aqui
Desvendo lá em outro eu
E se nada perceber
Morrerei por não ser.

Vitrolinha Paranoia

O dia desperta
E esses olhos vibram como relâmpagos
Tão puro encanto
que o mundo esquece seu pranto
Pele tropical banhada de mel
Humor temperado de sal

O dia vive por tuas alegrias
O teu país
cena do teu show
Mereces aplausos tanto em melancolia
E os céus pedem para que você nasça
Renasça
Faça graça
Se deite
A tua marca, fala mansa, fala baixa.

Conte a todos tua história
Abra teu baú e reinvente tua memória
Reinventar é a palavra da moda
Cuca boa
Chora, não se afoga
A vida é uma pequena vitrola
Vitrolinha paranoia
Da tua loucura a gente gosta.

domingo, 8 de abril de 2012

Um Novo Romance

Eles fugiram depois de certas palavras
Se foram depois do gozo
Esvaziaram o poço
Comeram as estrelas
E eu fundo nesta mesa
Há cardápios de dorso, mas algo em mim quer um beijo com gosto de cereja
O beijo terno e quente
E que esse tal lábio me alimente
Pois o bem nunca partirá
Se dará, me amará, se inundará
Em meus versos
Nas palavras do meu olhar.
Esses dentes são para morder
Essa língua para banhar
e entorpecer.
Mão na nuca
Dedos fortes na cintura
Baila, Jazz, Blues, toda ternura
Não irá partir
A lua pode cair sobre o nosso teto e intervir
Iluminando esses corpos apaixonados
E se devir
Novamente irá sentir
O Lobo
O Príncipe
A flor que trago em mim.

terça-feira, 27 de março de 2012

Mochila

Vim desde os séculos
Viajei por entre sonhos
Vivi a morte
Morri em vida

Estou atrasado
Partido
Em retalhos

Esta é minha mochila
A vês, comum
Molhada pela chuva
Não pelo inferno de lágrimas que criamos
Posso entrar?
Sentarei, abrirei a mochila
Você de pé
Pouca fé

Trouxe a mochila carregada de sentimentos
Trouxe o alimento
A nutrição para um amor pequeno
Poemas de um ser ameno
Pouca fala
Olhar atento
Tome minha mão
Reinvenção
Nós
Roupa no chão.

terça-feira, 6 de março de 2012

Dor

Dói como uma dor monumental
Doendo como ferida aberta que não para de doer
Há milhares de seres que doem e sentem dor
Toda dor é válida se sentida espiritualmente
E por isso existe a dor, existe espírito
O corte é tão profundo que nasce dor, dor sem igual, dor sem louvor.
Já nada faz mal, bem não faz, faz uma dor agora
Dor em mim, dor de viver hoje e de ser somente eu, sem ser outro alguém.
E pode chover
Neste momento o mundo pode deteriorar-se, não o mundo terreno
O mundo que vivo, que por não vontade, resume-se a dor
Quero fugir para ser alívio
Estou num grande círculo sem valores
Estou em contato de lágrimas
Encontrei-me porém não foi e não me fui o suficiente
Há mundos por beleza e eu sou dor
Dor de uma palavra não lida que os sentimentos ordenam
Eu sou uma farsa do que deveria ser
Mas logo não serei sorriso
Serei um conto trágico de mim mesmo.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Covardia do Lar

Estou mentindo para te preservar
Precise me encorajar para enfrentar
Nessa conversa há tudo o que constar
Fala elucidativa para decorar a tua traição
E neste longa não somos sequer um par.

Preocupado estava com tuas dores
Pensei que tua dignidade estava posta no chão
Engano meu, logo me certifiquei que estava em casa sem lei
Esta é uma outra novela com dramas do coração
Mas tudo é desejo, uma mentira, tua pura invenção.

Agora se cale e se reinvente para reviver em teu lar
Não mais porque me buscar
Por uma noite fui tua droga, tua malícia sem pensar
Você quis brincar mas as regras não nos permite falhar
Tua casa é tua lei
E tua covardia, eu que sei

São mensagens que nos dizem como atuar
Essa estória é uma dança, música de Ana
Coisa de novela mexicana
São cravos e rosas por um beijo adocicado
Mas somente uma noite
O ego ainda é uma criança.

Agora se cale e se reinvente para reviver em teu lar
Não mais porque me buscar
Por uma noite fui tua droga, tua malícia sem pensar
Você quis brincar mas as regras não nos permite falhar
Tua casa é tua lei
E tua covardia, eu que sei

E é um país sem nativos
Corpo sem espelhos
Um mal fora do caminho para meu pequeno erro
Ciranda para nós
O mundo gira, e desfaçamos os nós.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Comportamento

Falemos do comportamento
Não é como o amor à moda antiga
É tão bom que se torna um tormento
Já não se ouve mais cantigas

Tô a procura de um calor
Banho de pernas
Nada de dor
Tô a fim de frutos proibidos
Quero experimentar o inferno e o paraíso
Esse sou eu
Já inteiramente despido

Me esquivo das lembranças por um raio de sol
Amor pode se fazer no paiol, na rua, ou coberto por lençol
E tudo brilha por um instante para nos aproximar
Chego a querer cantar para nos eternizar
Sou eu, nesta noite inteiramente seu
Romeu.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Céu e Maracujá

Baby do cantar
Linda canção para se amar
Traga o sol para a gente se abraçar
Pensando assim não há nada mais no que se pensar
Esse brilho que transborda pelos teus olhos
Mundo, carvão, Karma, pura sedução

Vou me despindo lentamente
Esse amor não é como as canções e nem faz jus a um pequeno coração
Não é tampouco duradouro
Dura até o tempo de encantar
Beijar sem falar
Resposta sem perguntar

Grito ao vento no ímpeto do encontro de te encontrar
É sal, é voz, é um sabor sem programar
Sabor distinto dos sabores provados, céu e maracujá,

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Amor por Florescer (Irei Esperar)

Se você é presente eu sou contente
Mas logo você se vai e a guerra em mim se faz
Jurei não te procurar, mas a saudade está por me matar
Hoje a ausência é constante
Em meu peito bate um coração inconstante
Minha vontade não cessa
Não cala
Meu sentimento logo não presta.

Procure por mim
Procure falar um pouco de você
Deixe a gente assim enobrecer
Proponho a gente se conhecer
Se engrandecer
Ao teu lado juro que posso florescer.

Sei que tens um outro amor para constar
Então passo a ser aquele que ama somente pelo prazer mútuo de amar
Mas o grande problema é que o amor carrega a melancolia
Sentirei saudades, bem, viverei uma fantasia
Se não há como falar, procure a mim outra hora para podermos nos falar
Não se esqueça
Eu irei esperar.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Eu Cazuza

A idade me pesa
Sou a imaginação de uma grande mente esperta
Não sei mais esperar
O tempo passa e sinto que sigo devagar
Já passa das quatro
Em meu quarto não há retratos
Há pinturas da minha mente
Cartas descartáveis escritas pelos meus dedos inocentes.

Vou ao inferno
Permaneço na terra mas tenho pressa
Sou uma presa fugitiva da grande floresta
Amo mas não sou amado
Não tenho a quem amar mas me desfiguro para encontrar o outro pedaço
Letras por um amor abandonado que não foi meu
e percebo que a vingança se vinga no breu
Não sou eu, fala a outra parte inconsciente de ser eu
Temo o amanhã do escorpião
Ou do possível veneno da maçã.

Seja sutil comigo
Me ofereça um abrigo para eu não correr perigo
Me mudarei para não mais ser monotonia
Não me preservo da folia
Padecer aguardando por algo me traz agonia
Folia
Me chame, me convide para estar acerca
Sei não se há cercas
Espero que entre eu e você isso não proceda
Fui ao Rio porém voltei com frio
Ainda nada me usurpou
Por aqui e por lá há tanta gente que se encontrou
Detalhes de revista me dão preguiça
A futilidade nos preenche e já nada mais nos compreende
Ás vezes quero morrer, matar, mas somente morrer

A gente têm que nascer para aprender
Dizer, se entender
O dinheiro nos compra o amanhecer
Não sei se ainda me restam sonhos por conceder ao mundo
Pupila do mal me transformaram em insanidade
Nas horas vagas sou santidade dos sentimentos vulgares
Veja, eles não sabem o que falam
Defecam sentimentos importantes
A gente vale diamante, mas nos tratam como deselegantes.

Vou dormir para sonhar
Se possível não ouse me acordar
Imaginação é meu alimento
e para que te sirva de alento
voltarei para viver mais um constrangimento
Não seja vigarista com os doces sentimentos
Sei que não valho à você um argumento
Mas estou vivo,logo penso.

Fevereiro

Sinto a propaganda da felicidade

Propagando-se sobre mim

Ameaçando, contemplando-me

Batucada, batuque, som de rua em ventos de poesia.

Acerca-se o carnaval

Tema de mel

Rapazes descartam o chapéu, tempo de considerar-se, caminhar sem destino

Hora do instinto, minuto do prazer absoluto.

Ninguém precisa de amores mas todos precisam se apaixonar

Dar-se, entregar-se por pouco ou por tudo

Coração dispara como um ruído

Tímido e perverso, somente um coração

Ao ritmo do axé, do frevo, do samba tropical

Pulsa aceleradamente, fevereiro, amanhã, o dia inteiro.

Irei mandar-me com vós

Logo fevereiro termina e necessito reavivar-me

O tempo é curto

E sou pequenino como o veloz coração.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Camaleões Urbanos

Popular popularizado
Grana no bolso furado, sonhos retalhados
Poeira, bagunça, baía de porcos na paisagem do lobo
Politicagem imatura, em nossos olhos desvio de conduta
Negro, dança, detalhes, malabares, proeza, minuciosa pobreza.

Divino destino desconfigurado, teto de horror
Avenida dos contentes, roubos e promessas em novos ares
Maldade absurda
Roupa no varal
Carros de luxo, carros populares
Vias isoladas, mas veja, roupas secando, boutique, laje, retrato pobreza.

Povo afogado em discurso vigarista
Prazer é se cometer o crime do sexo, sexo desprotegido, desmilinguido
Emergência! Nascerá um novo problema, bolsa família, bolsa escola, bolsa moradia, bolsa ética, bolsa dignidade, bolsa maturidade
Esse povo é insanidade, vive política, engole política, reclama política
Morrerá se não for a política.

Roubo, morre, morte
Comemoração sacramental, oração para os velhos vividos é essencial
Histórias por prestações suadas, eis que livros da vida desgastada
Publicidade feita para eles, enganar eles, devorar eles, estremecer eles
Endividar, tomar tudo deles, roupa, banho, pele.

Não há beleza
O povo sonha
Mudança constante de cores
Camaleões urbanos fugitivos da luta
Pela liberdade ideológica.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Confusões em Desespero do Século XXI

Como você se sente?
Sente-se?
Como você ama?
Ama?
Cores nossas, cores tuas, nosso painel de tortura.
Busque não, ele não quer não. Abuse sim, ele quer sim.
Raiva. Raivoso, você está raivoso. Ela está raivosa
Oh, minha aurora, flor minha, não se acanhe, és parte de seu rebanho, és a negra.

Morra não, escrevo teu amor, escreva teu amo
O mundo está mal comportado, a gente está errado
A gente, nós mesmos. Tudo está confundido, confuso. Você está louco?
Ahora és parte de la grán locura!
Stay here, run until there, vês que o caminho é teu, a rua é tua, a lua é tua. O homem é teu, a mulher é tua. Você toda nua, ele completamente despido.

Medo. Para ficar não pode ter coração. Quite tu corazón
Acoste-se, morra como flor, germine como trigo. Perigosa, Perigoso, você é realmente um perigo.
Componha o espírito. Os corações estão cheios, invadidos, prantosos, ensanguentados, mas não conhecem o amor.
Use nosso capital, exponha-se no varal. Genial é entregar-se.
Lembre-se da canção, nossa canção, canção que foi feita pra gente.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Razões

Me dê uma razão para não amar você
Quero amar
Estar
Confiar
Acariciar
Me dê uma razão para não amar você
Penso
Desejo
Desdobro
Devoro
Me dê uma razão para amar você
Encanto
Olhos
Pele
Alma
Eco
Me dê uma razão para te esquecer
Sofrer.

Ria, pois é sobre você. Cruel amor!

Sou tão sujo por este sentimento, tão fraco proibido
Quero não mais querer a ti, penetrar-me o coração com lembranças tuas, coisas de rua
Choro, chorei, chorarei
Corri, corro, seguirei correndo para não morrer-me
Dói ser teu gelo, e por final um Alasca de sensações espertas
Vi a ti, esperei por algo, do tanto que me encantei, me tornei sujo, falando
Falando de fantasias tuas, deles, delas, tudo consta você, mais sou seu, estúpido
Vou esquecer-me para quem sabe esquecer-te, pois hoje sou você
Já não sou eu, não vivo, respiro teu hálito, olho por teus olhos, que me cegam
Cegam, perco-me, e encontro-me desesperadamente em você, tragédia.
Resumindo o tempo a tristeza por não estar em mim, um céu de oportunidades
Mas sou gris, arranho-me, acabo por ser triste por não estar em você assim como você está em mim
Sexo, eixo, elo, nossa exatidão. Quero pertencer a outra exatidão, assim, importunamente não viverei. Ancestrais meus urgem por romance. O teatro de um amor bem cuidado. Mas sofrendo permaneço por não resposta, amor.