quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A Crônica Secreta sobre Príncipes e Lobos.


Você é o encontro inesperado do mais antigo sonho. Teus olhos se aprofundaram nos meus numa noite qualquer.
Qualquer leveza das mãos era indício de afeto. Qualquer dedo faminto e aprisionador indiciava vontade, quis conversar sobre o tempo e suas desestruturações, sobre você e a evocação de suas ideias.
Porém teu corpo era presente, quase que por impulso não poderia controlar. Os lábios pediam mais cascatas de hormônios, mas a intensidade das palavras martirizavam.
Volta de Flores. Olhos de mel.
Doce envenenado que deixaria marcas, letal, proveniente do instinto animal, e me transformei em bicho para não morrer. Lobo talvez, para ser ardente. Inconsequente. Trovador. Me dominou e me certifiquei de minhas outras vidas.
Chega! Não! Chegue o príncipe, arrastado, queimado e suplicante. Me arrebate! Arranquei a punho firme meu coração, pulsante, em batidas velozes. Tome para teu mundo, esconda abaixo de teu travesseiro.
Não suportei os dias, sou animal, invada minha selva, vou bater às portas de teu reino, completamente despido, arranhado e pedinte. A pedir que me banhe, que me trate como jóia rara. Parte integrante de teu mundo dourado. E me beijes, e beijarei a ti até que lábios teus sangrem.
A gente se cuida a ferida.
O teu reino me abriga e o tempo vence. Vence como relâmpago, e ao encostar a cabeça, e quando os braços se fecham em teu peito. E o corpo vira parte de mar. Concha bela perdida na areia que é a estrutura de toda a beleza marítima, e desperto por um minuto para prensar e realçar o dourado da concha.
O príncipe que principia a paixão fixa e fervorosa. O lobo que uiva calmamente para o encontro.

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