domingo, 8 de julho de 2012

Palavras Confortáveis de uma Boca Feroz.

A boca se faz do rumo das ruínas roedoras.
Os beijos são reflexos do encontro de outra metade própria, nunca jamais encontrada, sempre, persuadida.
O enlace se consagra em diálogos interiores, um certo monólogo, para uma vasta compreensão, do que ser, de onde estar, de como possuir, para como aprender a abandonar.
Neste acontecimento, desta época onde sou consciente dos desejos, o ambiente provoca os lábios
O faz articular de acordo com suas regras, sejam maliciosas ou governantes
À passageiros ou amantes.
Lábios mestiços de inúmeras origens, mesclados, marinheiros, malucos molhados. A história se resume no diário perfeito, nada cabível com as horas corriqueiras, todos correm das palavras malabares.
Mas saber fidelidade é reconhecer que a verdade se encontra mergulhada na boca.
Conhecer mentira é selar um acordo com os ouvidos, a verdade ouvida purificada, se tornar restrita, fazer a mentira saltar da boca como um quebra cabeça.
Os bens escrevem a quem. Receptores de como qualquer que seja.
Palavras voam e chegam como tempestade, depois que o bem deixa de ser o bem amado. Por esta razão os ossos estremecem, o coração para e anuncia morte. Depois de noites mal vividas, a boca ressuscita. Os lábios gesticulam, todavia trêmulos, mas pedintes de carne humana, profana.
Não somente o amor, mas o tambor cotidiano provoca letra por letra, que ao final se fraseiam, e ferem saltando de uma fera ferida. Se estende o tapete vermelho, e o diabo cumprimenta seus tentadores.
Fala, Morde, Assopra, Assobia, Grita, Sussurra, Sussurra, Sussurra. Soa como falsidade, ou como ternura, dependente a quem por quem.
O imperador é um animal que aprendeu a falar.
O amante é o humano aprendiz de palavras verídicas.
Boca é porta de saída do inferno.
Palavras confortáveis cuidam. Palavras confortáveis de uma boca feroz queimam e ensinam a longo prazo.

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