segunda-feira, 2 de julho de 2012

A crônica da Cabana.


Meus olhos se escondem na cabana. E perguntará você, onde se encontra a cabana?
Não podes saber, pois certamente não sei por onde vago, ou se pertenço ao espaço terreno onde habitas junto aos infiéis.
Sinceramente, a sinceridade deixou de ser sincera, enquanto a verdade deixou de ser severa, e nesse ciclo o olhar se martirizou, fornecendo-nos sua amargura, e caladamente os jardins se fecham. Seja o do Éden, seja qualquer outro, sem flores e outros animais.
Encontraste-me passeando, divagando sobre poesias empobrecidas, nada jamais no passado interessou-te, o perdão foi corroendo em si próprio, eu humano animal não poderia recriar mais, o esgotamento se fez em esgoto, onde me banhei, mesmo estando na cama, na rua, ou sentado no sofá absorvendo a solidão televisiva.
Neste momento o tratamento se converte em lhe, pois não posso mais referir-me a ti com demasiada intimidade, levou-me estranhamente por horas semanais, assim acostumei-me, e as horas não se convertem, correm, correm e correm inimigas do passado, mas presentes na lembrança do ontem.  As frases se preenchem de não, não se pode, não se refaz, não mortalmente vivo não, nunca quis que o oceano encaminhasse assim, desta maneira cruelmente pretensioso de lágrimas.  A balança desequilibrou-se , a mulher bebeu a justiça. Embriaguei-me de pensamentos decorosos,  loucamente sensatos, agora comerei um prato frio para agradar a alma, mantê-la na calma. E questiono a ti, todavia forneces alimento a tua alma?
Nunca conheceste o tempo, o vivemos, o passamos sem obedecer a sua glória. Jamais quis curar-me de certos momentos, pois agora vivo o tempo da razão, e de tanto muito vivido a paciência invadiu-me, e fui fortemente reerguendo os dedos para massagear ombros meus, aconchegar-me, sem machucar-me. 
E se o mundo acabar estarei preso na caverna das indagações , conhecendo a mim sem amor, cuidando os passos sem rancor, amamentando a mente em paciência. E se um dia compreenderes na calma, chame a mim para um passeio, mas para falar-me sobre tua nova alma, espero que dançante, aprendiz de saber o amor.
Aguardo as energias do mundo para que penetrem em meus olhos. Olhos por dizerem.

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