Meus olhos se escondem na cabana. E perguntará você, onde se
encontra a cabana?
Não podes saber, pois certamente não sei por onde vago, ou
se pertenço ao espaço terreno onde habitas junto aos infiéis.
Sinceramente, a sinceridade deixou de ser sincera, enquanto
a verdade deixou de ser severa, e nesse ciclo o olhar se martirizou, fornecendo-nos
sua amargura, e caladamente os jardins se fecham. Seja o do Éden, seja qualquer
outro, sem flores e outros animais.
Encontraste-me passeando, divagando sobre poesias empobrecidas,
nada jamais no passado interessou-te, o perdão foi corroendo em si próprio, eu
humano animal não poderia recriar mais, o esgotamento se fez em esgoto, onde me
banhei, mesmo estando na cama, na rua, ou sentado no sofá absorvendo a solidão
televisiva.
Neste momento o tratamento se converte em lhe, pois não
posso mais referir-me a ti com demasiada intimidade, levou-me estranhamente por
horas semanais, assim acostumei-me, e as horas não se convertem, correm, correm
e correm inimigas do passado, mas presentes na lembrança do ontem. As frases se preenchem de não, não se pode,
não se refaz, não mortalmente vivo não, nunca quis que o oceano encaminhasse
assim, desta maneira cruelmente pretensioso de lágrimas. A balança desequilibrou-se , a mulher bebeu a
justiça. Embriaguei-me de pensamentos decorosos, loucamente sensatos, agora comerei um prato
frio para agradar a alma, mantê-la na calma. E questiono a ti, todavia forneces
alimento a tua alma?
Nunca conheceste o tempo, o vivemos, o passamos sem obedecer
a sua glória. Jamais quis curar-me de certos momentos, pois agora vivo o tempo
da razão, e de tanto muito vivido a paciência invadiu-me, e fui fortemente
reerguendo os dedos para massagear ombros meus, aconchegar-me, sem
machucar-me.
E se o mundo acabar estarei preso na caverna das indagações
, conhecendo a mim sem amor, cuidando os passos sem rancor, amamentando a mente
em paciência. E se um dia compreenderes na calma, chame a mim para um passeio,
mas para falar-me sobre tua nova alma, espero que dançante, aprendiz de saber o
amor.
Aguardo as energias do mundo para que penetrem em meus
olhos. Olhos por dizerem.
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