terça-feira, 27 de março de 2012

Mochila

Vim desde os séculos
Viajei por entre sonhos
Vivi a morte
Morri em vida

Estou atrasado
Partido
Em retalhos

Esta é minha mochila
A vês, comum
Molhada pela chuva
Não pelo inferno de lágrimas que criamos
Posso entrar?
Sentarei, abrirei a mochila
Você de pé
Pouca fé

Trouxe a mochila carregada de sentimentos
Trouxe o alimento
A nutrição para um amor pequeno
Poemas de um ser ameno
Pouca fala
Olhar atento
Tome minha mão
Reinvenção
Nós
Roupa no chão.

terça-feira, 6 de março de 2012

Dor

Dói como uma dor monumental
Doendo como ferida aberta que não para de doer
Há milhares de seres que doem e sentem dor
Toda dor é válida se sentida espiritualmente
E por isso existe a dor, existe espírito
O corte é tão profundo que nasce dor, dor sem igual, dor sem louvor.
Já nada faz mal, bem não faz, faz uma dor agora
Dor em mim, dor de viver hoje e de ser somente eu, sem ser outro alguém.
E pode chover
Neste momento o mundo pode deteriorar-se, não o mundo terreno
O mundo que vivo, que por não vontade, resume-se a dor
Quero fugir para ser alívio
Estou num grande círculo sem valores
Estou em contato de lágrimas
Encontrei-me porém não foi e não me fui o suficiente
Há mundos por beleza e eu sou dor
Dor de uma palavra não lida que os sentimentos ordenam
Eu sou uma farsa do que deveria ser
Mas logo não serei sorriso
Serei um conto trágico de mim mesmo.