segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Nebulosa de Tarântula

Desfaz-se o mundo em cacos particulares
Eloquência de olhares
Em mãos confrontadas
Veias jamais habitadas sendo a gente
Pura gente de ser de carne
a metamorfose de sensações difusas e desconexas
Prestas ou Empréstimos?
Doações simultâneas para expectativas milenares
A esperar, subordinar, almejar sem se confessar.
Confesso de confissões sem remédios
Não há padres
Preces absolutas
Há você e tanta gente de sentimento de corrupta.
Disfarces e nozes como em meio de centenas a segurança de si
Porém a terra por onde vagam em saltos egípcios flutua
Queima-se em fogo desde aqui até  a respiração final
Sem descanso
Sem revogar tréguas
Revive-se a cada sonho de uma noite mal pensada
Nada elaborada
em constante movimento
Te habito-me em pesadelos suntuosos para assim ser você confessando-se verdadeiramente a mim
Assim
Sem escrúpulos conscientes
Tudo vadiagem
como parte natural do corpo envolvendo a mente tenebrosa
Embora rica e visitada a escondidas.
Para estas maldições nasce uma nova medida em contraste
Em firmamento morre estrela
nasce estrela
Ergue-se  sem notoriedade desde aqui
mas NASCE.
Numa Nebulosa de Tarântula quero acostar-me
Desenvolver-me
Proceder-me como ser infinito
possibilitado das possibilidades do cenário escuro.
Eu vim nascer em corpo
em projeto estrelar
Sem teus olhos aprofundados na matéria de meu ser.
Sendo você, a gente não se é.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Escorpião do Deserto

Eu lavo meus pés para este corpo sem nome, refugio e chego em qualquer lugar sem limite, carregando uma cruz nas velhas costas.
A idade pesa o amor mal lavado, as mãos lacrimejam como tais olhos, não cumprimentam, não indicam a rota e viajo sem bagagem, sem calçados nos pés.
O alimento que provo é o ar que me consome.
Nestes ares vulcânicos do segundo de minha respiração mato por compaixão, ressucito por nostalgia e aqui no agora que desde estas palavras se passou em perseguição ao homem de rugas que consta vestido em mim
Diga-me mulher, pois choro sal e provo da pimenta sempre que posso, digo em confusão que a cada minuto ao redor velejo por outros oceanos.
Vou! Não cabe em meus bolsos mesquinharias alheias. Faça o uso do revólver e afronte ao espelho aponto ao meu coração, piuxo o gatilho
O homem para! Retoma sua posição e domina estes lábios impostando sua voz.
Velho rastejando amor devidamente crucificado, banhado de sangue, portando bengalas insiste em assustar este outro espírito velho.
Guerra épica! Ele sempre vence, injetando seus dejetos no buraco em aberto do meu peito
Ah!
Fogem-me os ruídos, apesar de conhecer o Diabo, no quarto escuro temo suas gargalhadas
Pérfidamente vi vidas de ontem sem religião, protestei, reatirei as pedras . . .
Novamente sou mulher, sem os lábios vermelhos, os joelhos mal tratados, busco a lenha, em minha sala acendo a fogueira, exorciso! exorciso! erotismo!
A bruxa, a puta, a sedenta, docemente vingativa.
Não tive o lego, as peças completas para se construir o castelo. O corpo cresceu, a mente seguiu por montar os invioláveis castelos pela metade, e neste segundo nasceu a anedota romântica deste ser, somente ser.
Boas vindas ao deserto, este sonho sem invenção quase tudo se é verdade. A mulher, o homem, o velho, o eu vagando Cem pés na areia
Há a lua, só a nos confundir.
Escorpião do deserto. negro como minha sombra, de meus olhos, de segredos. frágil como espírito embaraçoso, de rancor, de pudor, temorrrrrrrrr.
Mulher-mente, homem-ferrão, veneno maldito envenenando a mim sem máscaras e sem nomes imaculados e estrangeiros
Da morte viro areia
Do sonho viro estrela
Do veneno, imortal.