sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Falso Imaginario

Chove mas minhas lagrimas nao caem
Quentes, pedras revolucionam-se adentro de mim
Corroendo essas veias banais de um corpo
Corpo torto gozando de prazeres
Nao sao meus esses prazeres externos.
Sinto-me pequeno como jamais poderia ser
assim vejo a mim diante do espelho farsa
Mentindo
E assim em confissao, odeio
numa palavra concreta-pulsante-reflexiva
Instinto. Sou o puro instinto errante
que erra justamente nestas palavras. Sem acento. Sem vento
Sem o proprio eu.
Partindo sempre estou
fora de mim, dentro, ao avesso, penetrado. Contorcendo
Dizendo coisas insensatas somente pelo puro prazer da dor
de amargurar, de saber o que nao suporto
Tento, mas calma. Nao faca assim
tao pequeno sou, miudo, calado, em cacos diante do espelho do banheiro pequeno, tao confesso.

Atras da porta estou a escutar murmurinhos
Zunidos, contradicoes. Sera que sou isso?
Uma criatura, um ser sem palavras num imaginario falso
Palavras faladas doem. palavras escritas doem um pouco menos
Ao ecoar de seus labios vem acompanhada de teu halito quente, fresco
E seria como se o passado viesse a tona
em chicotes, assim, penitenciando a mim por seus erros. Bravos erros
Acerto que sou nada posso compreender. O passado e uma roupa lavada que a qualquer momento alguem pode tirar do varal
e essa roupa pode vir limpa ou desbotada.
O presente queima, mas o passado coca, e coca sem parar, definhando a carne.
Ah! essa gente conexa faz muito barulho sendo que ja chega a hora de dormir
Repousar a carne.
mas vejo uma barata no chao no meio da noite quando saio para beber agua e ja nao me espanto, ela traz a certeza de que acordado me encontro, dilacerando as horas
as feridas, as tais palavras faladas, e nao escritas.
Nu, prefiro ficar nu para sentir, sentir verdadeiramente o que se passa.
Comovo-me com coisas suas, pequenas, expostas, tao suas coisas que de serem tuas
o faz assim, uma palavra escrita.

Uma fera que me guardo. Zumbo pela mata de medos
machuco para nao ser ferido, mas assim morro. no desgosto, no rosto, nas entrelinhas
buscando os mais pequenos cacos pelo chao do banheiro
precisso sair recomposto, para tais palavras
Como uma lacraia asquerosa contorcendo se num beco umido e escuro me sinto
Assim sentindo o resto-rosto como impenetraveis. Insaciavel que releio a memoria
cocando o peito, a nuca, as maos assim o passado se alastra
domado, so relembro de palavras faladas. Venenosas como cobras, torturando uma lembranca inquieta.
Como o Diabo ama, em chamas, assim amo, em chamas.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Palavras de um Dia Frio para um Corpo em Chamas.

Manhã que se assemelha a tarde
Dia que se transforma em noite
Sono confundido a devaneios próprios
Intimamente vagueio em ruas passadas
Em cobre, ouro, religiosidade
Feito homem divago 
Vago
Distraio
Atrelado as entranhas de um coração.

Entre
Faça-me festa!
Trague o frio
Trague o cigarro
Esquenta-me
Requente-nos para o jantar
À ceia farei prece para a benção de nós
Os nós difusos
Essas almas esfumaçadas que causam-me impressão surrealista
Surreal sonhos
E paisagens
Nossa inteira realidade
No sonho
Poesia, um pouco de fé. Ir-se-ia.

Um quarto quente para um tempo frio
Corpos vermelhos e incendiados na conformidade de um céu gris.
De giz somos feitos
A encruzilhada de traços, ao entorpecer de curvas
E ao se cruzarem estes dois rabiscos 
Faz-se sol na mente
No equilíbrio
Essa hora que passa
Não nos é.

Vá.
Adormeço ao remédio do cobertor ao ventar de frio
Pois quando chegares
Desnudo ficarei em respeito a chamas que nos envolve.



domingo, 2 de junho de 2013

Palma da Mão

Como uma lagarta contorcendo-se num beco úmido e escuro
Assim como sou
Sem idade
A flor da pele
Transformando o mais vil romance  no mais épico acontecimento de amor
A mais incerta criação na criatura inestimável.
O amor nada me perguntou
A paixão reergueu-se e clamou pela palma da minha mão quente e suada
para apalpar seu rosto
apertar forte sua palma
remexer seus cabelos como ondas que vão.
Não pude fugir
Sem reza fui homem
Fui mulher poetizando cada gesto seu
Na cama
No paraíso
na conversa cotidiana jogada no jogo.
Olhou concretamente em meus olhos como se eu fosse um anjo sexuado
Mas, secretamente, assexuado ante ao seu lirismo
ao seu suspiro.
Imóvel como céu consciente da habitação desta nova estrela
Repousei
Sem dormir
Sonhei de olhos abertos com o seu despertar
sem a hora
sem o dia.
Desencorajei-me
Entreguei-lhe o corpo sabendo da despedida.
Uma respiração
Um adeus.

sábado, 1 de junho de 2013

Água

Água é dama. Imensidão sobre si própria. Lágrimas infinitas e inesgotáveis de todos os viventes.
Água afoga e banha, mistura e recicla, evita e inunda, transforma e cria. Águas poéticas de outros mundos, de seres temporais e poetas. Fonte de toda luz, de todo o banho e sal do dorso, do projeto de vivência.
Cristalinas e infantis, brincam e gozam sem temer a nada, nem aos criadores, nem aos mau feitores. Grandiosa de toda fúria, quer arrebentar, arrebenta, quer chorar inunda, quer amar, golpeia, quer carinhar, aproxima-se tímida, como quem não quer absolutamente nada.
Abrigo de peixes, peixes desenhados e de cores quentes, e de cores frias, e dourados, paspalhos, intrigados e intrigantes, cardumes imensos exorbitantes. Água de beber do animal, da gente que é animal, mas a água que mata a fome, mata a sujeira cotidiana.
Arrebanha.
Gota por gota. Água por água. Calmaria espiritual e desejo profundo de vir a ser somente desejo, pois tudo leva, inclusive manchas do tempo. Dama inquieta de tantas vozes e tantas aparições, se aperfeiçoa, se afoga em seu ventre, se rememora de uma outra era.
Se vangloria por ser somente e simples, água.
Chuva de céu.
Goteirinha de campo.
Lágrima de chorar.
Rio de calmaria.
Mar de gente.
Oceano de imensidão inatingível.

Água de pura água.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Penetração Atrevida

Aliás, tive um sonho com você...
Não sei se era bom ou controverso
O fato é que era você. Você mesmo que causa fúria
E que penetrou só para me provocar
Não te digo
Se és malandro, arrisque Tu.
Não estou revelando
Aliás, és tu que estiveste em sonho meu?
Diga!

Todo enraivecido na fúria de uma arte furiosa
Essa minha arte que é você despertando os sentidos mais impróprios
Nesse alguém que sou eu
Prefiro não mencionar
Só digo que provoca
Bestializado fico com tantas inconformações. Creio que meterei.
Me terei a fim de extraviar tanta informação que disponho de Te.

Enraivece descrever tanta gente como você com ardor e poesia
Não és ardor, tanto menos poesia
És cru
És somente nu, um, nu.
No entanto insisto em dignificar a você num papel em muitas letras
Mais que lindo!
Um comentário profano de um deus literário que em verdade é alguém sem posses
O que me enraivece
E para distrair
Só tosse.

Dormi. Acordei.
Não sonhei com você.
Que vieste buscar em meus pensamentos?
Se não vieste buscar a mim e encarcerar meus devaneios....
Tome o caminho da rua
A porte de entrada também servirá de saída.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Jardim de Pele

Ele é a parte fúnebre do Jardim do Éden. Desde a pele rasgada  marcha em direção ao vento.
"O amor é a invenção mais problemática e jamais solucionada no agora e no futuro. Os amantes se intercalam, e ao se misturarem se perdem e se encontram numa traição pela carne. A carne apodrece depois de um respaldo de consciência, mas até ao chegar desta ideia, o coração desacelera, mesmo amando".
Esta era a mensagem de sua caderneta posta no criado mudo, não se sabia o autor, mas era o que não precisava ler, era o que precisava absorver.
As remelas saltavam dos olhos fundos e redondos, acordado com a alma ainda amassada, salto de um pulo, e a primeira coisa que fazia era olhar para a janela, à ver se o dia já amanhecera, se chovia, se o sol perturbava ou acalmava. Sua primeira era de ideia era o pensar nele, no pobre sujeito humano que flechara seu órgão cardíaco que agora acelerava a cada pensamento no ele, nas cousas dele, nas partituras dele. Pensava em seu café, seu corpo com ou sem fé, se o banho tardava ou recuava. Pensas nele? Não se sabe, nascia a tortura, caia a democracia. Tudo amanhecia mal, o ditador impostava um pensamento quase fúnebre no ele, de perda e de vontade. Seria ele seu amante, sua obsessão ou sua vontade perdida encontrada em qualquer órgão sexual infalível?
Rumou para o banheiro, não lavava o rosto, a água era gelada e manchava sua feição descosturada, quente e matinal. Sentou-se no sanitário, e pensava na primeira canção que viria a cabeça, nada de canção triste, queria algo de Elis, algo de Zé, ou qualquer canção americana, e nesta hora cantava uma parte, cansava-se, trocava de canção. Comandava sua sentença e qualquer música era o indício deixado por ele, mesmo sem sua permissão, pois aliás, permitira ele que ele pudesse pensar tanto nele? Suas orelhas entrariam em chamas? Não importava. Seu ideal era burlar as leis do sentimento fadado, mas mesmo assim não deixava de consultar o horóscopo ou qualquer sorriso amigo e cheio (ou não) de experiências.
Levantara-se do sanitário, percorreu moribundo até a sala de estar, parava, refletia e lhe saltava uma enorme vontade de fazer inúmeras caretas, sim, milhares de facetas, queria se enganar, se burlar, se alienar do próprio sentimento. Nascia infindáveis personagens em sua expressão, pobres e ricos de espírito, de porcos banhados se vangloriando das pérolas ganhas. Fazia a respiração, contava os passos, arreganhava os dentes e apareceu na janela. Não, a multidão não esperava por ele, e nem sombra de vento ou sombra de sua sombra ainda dormida, só um céu. Ah! Só o céu não bastava, sempre queria mais que a natureza pudesse oferecer. Ele era Deus em seu próprio rascunho, mas aquele imperfeito e cheio de infiéis. 
Cansara-se deste pequeno espaço de tempo, queria voltar a dormir, era quase uma vontade de ser um panda, mas não passava de um pandemônio que assustava-se com seus íntimos pensamentos. 
Ele amanhecera sem sexo no corpo, mas com sexo na mente, pensando nele e no seu corpo matinal e robusto. Se atormentou e foi até a cozinha, raivoso consigo próprio, e que não passasse ninguém e que não ousasse dar o Bom dia farto e ensolarado, seria capaz de lançar sobre tal a mais vil praga provinda do deserto egípcio. O rei se instalara e não queria ser incomodado. 
O que vinha na mente era o cheiro do café, mas não podia beber, era quente. Preferiu abrir a geladeira; abriu; lançou o bocejo mais fraternal, fechou a geladeira; Caminhou até a área de serviço, mirava as roupas, não queria se vestir, pensava nos nus dos corpos, a roupa não secara, e ainda assim pensava nas roupas sujas que teria que lavar, mas com ele, mas isso só era ideia, não cogitava a concretização. Tudo se tornaria poesia, inclusive as roupas e os produtos de limpeza. 
Voltara e num largar, ligar o motor das ideias do cotidiano e se lançou por entre os talheres e louças. Mordia a fruta, não pensava em nada, só no alimento percorrendo seu corpo e lhe dando força e saciedade. Engolia o leite, bebia o pão, e decidira no congresso individual se sentar na mesa como para refletir e des(misturar) os planos e ele. Até no café, que não havia café, havia ele. Pobre maldito, arrumara  um ser, um rapaz, um homem por projeto para não cessar o pensamento nele. Sem tantos dias, sem  tantas semanas ou horas, era ele, e ele tinha certeza de que o acerto, seria o certo, o correto, o descoberto. 
Levantara-se e ainda sem terminar de mastigar, movera-se de volta para a cozinha, lavava e lavava a louça, e gostava da água penetrando em seus dedos, esfriando suas mãos e dedos ainda quentes e amassados, cantava, recitava, fazia qualquer coisa que era arte, ali até na louça, no mais ínfimo cotidiano sem cor, encontrava arte e ele. A arte de seu agora era ele, mesmo fúnebre, lhe amparava em cor nos escritos cerebrais, nas tentações de planos para eles. 
Arruinara o relógio e novamente, um vento jazia somente sobre ele, não gostaria de ser quem era naquele determinado dia. Os lábios não cabiam para seu rosto, o cabelo não podia existir, as pernas e pés não lhe pertenciam; agora lhe assombrava o pensamento que não poderia ser ele o tal amado e tanto pensado pelo ele que ele pensava.
Se descosturou, aniquilou a roupa e nu se adorava, se vangloriava de seu corpo, sua matéria crua mas sem sexo, sem Diabos ou tentações. O banho era frio e lhe melava o corpo, se fosse mel, ai se fosse mel. As abelhas viriam e ele se entregaria e logo depois pensaria constantemente nas abelhas, em seu amor, em suas estruturas e asas, que voariam logo depois de usarem ele, para longe dele. Ai, o banho dele terminara, se penteava, se enxugava, cantava, novamente cantava, como era bom para ele, esse horário. Melhorara, sentia-se na rotina perfeita do dia perfeito.
Percorria nu do banheiro até o quarto e esse trajeto era mágico, sem tempo, não havia tempo, a sua natureza primária era livre e neste espaço de minutos, era como Adão, no Jardim do Éden. Sem traumas, sem infelicidades, sem tragédias ou maças expurgadas. Era somente outro em seu eu desnudo.
Já não pensava tanto nele, relia novamente:
""O amor é a invenção mais problemática e jamais solucionada no agora e no futuro. Os amantes se intercalam, e ao se misturarem se perdem e se encontram numa traição pela carne. A carne apodrece depois de um respaldo de consciência, mas até ao chegar desta ideia, o coração desacelera, mesmo amando".
Refletia e seu corpo agora era moreno e saudável, ensolarado e conexo com o céu, com a possível brisa com outros possíveis amantes e poetas.
Esquecera ele a partir de seu nu, a partir da releitura da frase imperfeita, verídica e traidora. 
Há algum quarto de hora, aniquilaria a si do tanto pensar nele. Ele não dera bom dia pelas conexões telepáticas, e assim era deste momento que nasceria o amor primário para ser transportado para o cotidiano indiferente.
Adão era ele. Ainda não vestido erguia o corpo no espaço do quarto e decidira colocar o primeiro pé para fora de casa sem pensar nele. Aliás porque, fora de casa há tantos humanos e animais. Ao passar a mão sobre o rosto esfregando nascia o pensamento - " Não se burle, o anule"
O jardim da pele era o corpo nu falando ao corpo vestido e carregado. Sem ele, era só ele.
Vestia-se e novamente, consertara o relógio e faltavam 15 minutos para não se atrasar.
Assim nascia o dia!

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Resquícios.

Quero não falar qualquer coisa
Coisa em vãos, coisas sem amarras
Ou palavras que não absorvam.
Por um momento sou desbocado
Mal criado, sem juízo, impertinente
Um bicho indomável, um rapaz intolerável
Seu afago, tua falta de paz, tua miragem distorcida.

Veja, possuiu a mim as coisas costuradas e remendadas
Porém belas, e trazidas como flor para você.
Se não te recordas
Neste intuito encanto nada posso fazer.
Faço sempre hora, não calo
Nada falo, tudo quero mentir
Omitir
Te contrair, te desabotoar, te desmentir
Não te esquives
Não te vadias
Nada é ordem 
Tudo é para o acalentar de duas proles
Dois polens
Crescidos
Pouco ou mal vividos
Mudos, falantes
Desde esses dois aos outros proibidos.
Mire como sou
Fale o que vês

Só posso aquilo que me ofereces
Por lei
Por olhar
Desde que entreguei meu corpo nu, jogado e frágil.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Animal Muerto

Calmaria 
Ao aqui
Calmaria.
Tempestade ao passado
Léguas descompassadas
Passos detrás
Luz retraz
Ao ambiente mastigada flor
Olor
Trazida dor
Um corpo torpor
Faceta de rapaz predador.
Abraça-me ao meu físico
Da fotografia revelada
Do de dentro revelado
Revelações perdidas
Fuego y Gasolina!
Queime-me no início da vista 
Pela corrida até ao alcançar da alma
Calmaria
Forte vento
Dois distantes
Fiera Herida!

Llórando no se borra, alimenta!
Y alimento
Este Animal Muerto
que vive dentro de mi.


terça-feira, 2 de abril de 2013

O nariz vermelho do homem pintado

Teu sorriso brota desde a flor do quereres.
Homem pintado a quanto andas?
De que cores são teus olhos?

Coloridos como queres!
Ao encontrar de belos olhos 
À repousar sob o sol  
Margarida florinda 
Bem me quer, mal me quer?

Bem me quer, mal me quer ...
Bem me quer, mal me quer ...
Bem o quero enquanto ser mágico
Do desenho
da pintura
Para este amor ...
A canção de amor do palhaço!

(Canção: O Circo de Giovana Adoración)

O nariz vermelho do homem pintado.



Desta imensidão de onde vago
Vagabundo em cores fartas
Trajo trajes cintilantes
Lábios condensados
Tragando palavras Sorrisos
Trazeres centenas de bem quereres.

Ao redor tudo o mais encanta
Penetra e dança
Ao bailar de ares diferentes
Disfarças!
Tens centenas de farsas
Verdadeiras faces 
Num sorriso malabares!

Dentes a reluzir o ouro da alma
Não caminho
Bailo ao som sentido
da pessoa
do gesto acanhado
Colorido este rosto desperta oito sentidos.

Visão, Audição, Paladar, Olfato, Tato!
Imaginação
Persuasão 
Emoção
Por estes olhos alimenta o mundo 
Em cores fagulhando 
De qualquer peso fenece o cinza.

Ao chegar
Ao se pintar
Ao declamar
Poetizar ao enobrecer das mãos
Sem idade o palhaço não morre
Redesenha a vida às portas da eternidade.
Cai.
Ao chão se baila!

O castelo não basta construir
Há que pintar
Não ilude, não quer mentir
Viaja, faz graça
Dos sorrisos maliciosos aos enfermos dengosos
Fará toda a gente sorrir.

Na boca do palhaço pedra vira poesia
Circo
Malabares
Fantasia!
Aos pequenos, toda a sorte de suas cantigas.

Tragédia
Crítica vociferar
Como na selva
O homem livre
De cores quer se libertar
O Homem
O Clown
A rua de toda gente
Observa consentir.

É do tempo, do agora
Do amanhã, da imaginação aguçada!
De todo o nós
Dentro de nós
Ser que ri e chora
Fagulhando em tons
Absorto em cores
Oferecendo flores

O palhaço ama o mundo em dores.





Video Game

Se os olhos já não dizem

Game Over!


quinta-feira, 28 de março de 2013

Rio de Janeiro

Um dia morri
Em pedaços desfeito em fragmentos do espaço
Na tentativa falha de amar
Amando alguém com algo em entrelinhas
Entre versos a conquista alucina
Somente minha conquista, amor
Abstrato congelado
Quente nefasto
Consumado a mim
Bebido por alguém
Nas juras de alguém algo que amei,
No mais todavia amo.
Dor lúgubre pleiteando tua morada
Eu
De dentes sedentos, mordendo meus braços
Na tentativa de fornecer ao corpo meu marcas do teu, agora longínquo
no distante ali.
A cidade esconde neste verso que não nos aproxima
Em caminhadas urbanas o outro é aquele alguém
que agora dorme
Sempre dormirá para o consciente
Porém em inconsciente farto alimentado segue ardendo em chamas.
Perdoe-me!
Esse alguém me chama para dormirmos pois a hora já é tarde
Sim, pois estes versos brotam do meu inconsciente.
Que tenhamos a mais valiosa noite de amor, eu e aquele alguém do sonho infinito
De ouro.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Poeta Nu

Desde os versos do poeta nasce.
Nasce calúnias
Injúrias
Separações.
Nasce Glória
Maria
Laryssa.
De seus órgãos metamorfoses múltiplas transcorrendo o corpo
Combate degenerador lubrificando a entrada da vida.
Correm em tuas palavras horrores, odores, dores, dolores, um colapso de amores
Flores de papel
Um rapaz sem anel.
Nasce o poeta de um poeta criador
Escrevendo, contornando, apagando
Queimando em chamas de prazer, de comer, de crescer por fenecer
Rebenta a Lua
Tranca o Sol
Faz de teus calos a prova de fogo do temor proveniente de seus ossos
De: Sustentação
Para: Futuros enamorados
De quem os lê, os aprecia, ou não os entende.
Tenha fé no poeta
Em tua caricatura
Em teus dedos e olhares desequilibrados.
Digo a ti que o tal não morre
Se enterra nas vagantes frases
viajando por todo o infinito sempre em tua memória.
O poeta não ama
Não sabe amar
Mas sempre vive um imenso amor.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Amor de Segunda-Feira

Não terei esse amor de segunda-feira
Importunando
Me cheirando
Querendo tanto me mastigar.

Se sol ou se chuva
Se canhões ou borrões de memória
Os vulcões estão caóticos
Mas nada
Nada desse amor de segunda-feira.

Tantas feiras e na segunda-feira
O criador não dispõe criaturas a minha escolha
Ao meu encontro
Só por desencontro
Um jogo
Só para eu me perder.

Estou saindo na rua
Me encontre
Me olhe
Diga com os olhos que sou qualquer espera de tua longa espera
Por prazer
creio em mentiras saudáveis
Até o chegar de minha velhice.

Mas ainda aqui
Estou à espera do amor de segunda-feira!

domingo, 3 de março de 2013

Defeito de Fabricação.

Meu nome é qualquer fato desde o querer de ter nome
De natureza ou por artifícios
Cansei-me de regras naturais
ou do álcool concertando-me
Sou semente!

Abro-te carícias para imensos quereres
Se não queres sou pouca honra
Se queres sou pérola rara
Até o tempo de duração.
Um produto tem data de validade
Sou mercado espiritualizado!
Dosado com dosagens de paixão.

Até outra hora lágrimas e lamas entre eu e eu
Fui
Viajei
Voltem com as bagagens do interior fartas e turbulentas
Vivo na cidade e no prazer de tuas dores
De manchas e polêmicas cores
Eu sou anúncio!
Sou homem e mulher, qualquer sensibilidade apreendida.

Encarei os novos
E quis novas caras para norte individual
O que logrei foi uma espada e um punhal
Essas carinhas só fornecem prazer
Ante poucos degraus
Com essa escada nada posso crescer!
Os matei!
Queriam  me matar
Imortal que sou, dizia a embalagem.

Algo não ecoava bem
Não soava como uma boa canção
Era eu
Ainda não sabia se era bom ou mal ou só homem.
Descobri que amara e amado não era
Defeito de fabricação!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Neandertal

Com o toque frio de suas mãos dizia
Me causa náuseas
Com teus olhos crucificados aos meus
Não és o que quero mas és carne e te devoro
Com teu beijo repartido remendado
Somente saliva sem considerações finais ou intermediárias
Com tuas palavras mínimas acompanhadas de ponto final
Não escreva-me sou cego ante ao teu lirismo retrógrada
Escraveei-me em palavras escavadas
Escavando
Escavando
ao fim entregar a um Neandertal.
Tua chegada cronometrada
A hora deste encontro é o ouro que não possues
Teu calor frio anunciando o que deveras sem começar acaba sem pedir licença.
Amanheceu!
Sem álcool
Sem escuridão
Marchaté!
Era o que sempre quis dizer.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

De Velho Ouro

Choro do que vivo
Do remédio mal digerido
Da fome mal comida
Destes olhos leves doídos.

E de lá quase nada se absorve
E chove, tanto chove entre os corpos
Ele fala sem falar de quantos amores suportei.

O caminho perigoso de onde a gente permanece
Universais mas sem pele escorraçada
Raios iluminam o mal encontro
Ombros retráídos, pés contraídos. doçúras amargas.

Por beijos não viverei
De ouro fostes
Até o último céu
Morrestes!
Ah, tanta pena!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Nebulosa de Tarântula

Desfaz-se o mundo em cacos particulares
Eloquência de olhares
Em mãos confrontadas
Veias jamais habitadas sendo a gente
Pura gente de ser de carne
a metamorfose de sensações difusas e desconexas
Prestas ou Empréstimos?
Doações simultâneas para expectativas milenares
A esperar, subordinar, almejar sem se confessar.
Confesso de confissões sem remédios
Não há padres
Preces absolutas
Há você e tanta gente de sentimento de corrupta.
Disfarces e nozes como em meio de centenas a segurança de si
Porém a terra por onde vagam em saltos egípcios flutua
Queima-se em fogo desde aqui até  a respiração final
Sem descanso
Sem revogar tréguas
Revive-se a cada sonho de uma noite mal pensada
Nada elaborada
em constante movimento
Te habito-me em pesadelos suntuosos para assim ser você confessando-se verdadeiramente a mim
Assim
Sem escrúpulos conscientes
Tudo vadiagem
como parte natural do corpo envolvendo a mente tenebrosa
Embora rica e visitada a escondidas.
Para estas maldições nasce uma nova medida em contraste
Em firmamento morre estrela
nasce estrela
Ergue-se  sem notoriedade desde aqui
mas NASCE.
Numa Nebulosa de Tarântula quero acostar-me
Desenvolver-me
Proceder-me como ser infinito
possibilitado das possibilidades do cenário escuro.
Eu vim nascer em corpo
em projeto estrelar
Sem teus olhos aprofundados na matéria de meu ser.
Sendo você, a gente não se é.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Escorpião do Deserto

Eu lavo meus pés para este corpo sem nome, refugio e chego em qualquer lugar sem limite, carregando uma cruz nas velhas costas.
A idade pesa o amor mal lavado, as mãos lacrimejam como tais olhos, não cumprimentam, não indicam a rota e viajo sem bagagem, sem calçados nos pés.
O alimento que provo é o ar que me consome.
Nestes ares vulcânicos do segundo de minha respiração mato por compaixão, ressucito por nostalgia e aqui no agora que desde estas palavras se passou em perseguição ao homem de rugas que consta vestido em mim
Diga-me mulher, pois choro sal e provo da pimenta sempre que posso, digo em confusão que a cada minuto ao redor velejo por outros oceanos.
Vou! Não cabe em meus bolsos mesquinharias alheias. Faça o uso do revólver e afronte ao espelho aponto ao meu coração, piuxo o gatilho
O homem para! Retoma sua posição e domina estes lábios impostando sua voz.
Velho rastejando amor devidamente crucificado, banhado de sangue, portando bengalas insiste em assustar este outro espírito velho.
Guerra épica! Ele sempre vence, injetando seus dejetos no buraco em aberto do meu peito
Ah!
Fogem-me os ruídos, apesar de conhecer o Diabo, no quarto escuro temo suas gargalhadas
Pérfidamente vi vidas de ontem sem religião, protestei, reatirei as pedras . . .
Novamente sou mulher, sem os lábios vermelhos, os joelhos mal tratados, busco a lenha, em minha sala acendo a fogueira, exorciso! exorciso! erotismo!
A bruxa, a puta, a sedenta, docemente vingativa.
Não tive o lego, as peças completas para se construir o castelo. O corpo cresceu, a mente seguiu por montar os invioláveis castelos pela metade, e neste segundo nasceu a anedota romântica deste ser, somente ser.
Boas vindas ao deserto, este sonho sem invenção quase tudo se é verdade. A mulher, o homem, o velho, o eu vagando Cem pés na areia
Há a lua, só a nos confundir.
Escorpião do deserto. negro como minha sombra, de meus olhos, de segredos. frágil como espírito embaraçoso, de rancor, de pudor, temorrrrrrrrr.
Mulher-mente, homem-ferrão, veneno maldito envenenando a mim sem máscaras e sem nomes imaculados e estrangeiros
Da morte viro areia
Do sonho viro estrela
Do veneno, imortal.