domingo, 2 de junho de 2013

Palma da Mão

Como uma lagarta contorcendo-se num beco úmido e escuro
Assim como sou
Sem idade
A flor da pele
Transformando o mais vil romance  no mais épico acontecimento de amor
A mais incerta criação na criatura inestimável.
O amor nada me perguntou
A paixão reergueu-se e clamou pela palma da minha mão quente e suada
para apalpar seu rosto
apertar forte sua palma
remexer seus cabelos como ondas que vão.
Não pude fugir
Sem reza fui homem
Fui mulher poetizando cada gesto seu
Na cama
No paraíso
na conversa cotidiana jogada no jogo.
Olhou concretamente em meus olhos como se eu fosse um anjo sexuado
Mas, secretamente, assexuado ante ao seu lirismo
ao seu suspiro.
Imóvel como céu consciente da habitação desta nova estrela
Repousei
Sem dormir
Sonhei de olhos abertos com o seu despertar
sem a hora
sem o dia.
Desencorajei-me
Entreguei-lhe o corpo sabendo da despedida.
Uma respiração
Um adeus.

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