sexta-feira, 3 de maio de 2013

Resquícios.

Quero não falar qualquer coisa
Coisa em vãos, coisas sem amarras
Ou palavras que não absorvam.
Por um momento sou desbocado
Mal criado, sem juízo, impertinente
Um bicho indomável, um rapaz intolerável
Seu afago, tua falta de paz, tua miragem distorcida.

Veja, possuiu a mim as coisas costuradas e remendadas
Porém belas, e trazidas como flor para você.
Se não te recordas
Neste intuito encanto nada posso fazer.
Faço sempre hora, não calo
Nada falo, tudo quero mentir
Omitir
Te contrair, te desabotoar, te desmentir
Não te esquives
Não te vadias
Nada é ordem 
Tudo é para o acalentar de duas proles
Dois polens
Crescidos
Pouco ou mal vividos
Mudos, falantes
Desde esses dois aos outros proibidos.
Mire como sou
Fale o que vês

Só posso aquilo que me ofereces
Por lei
Por olhar
Desde que entreguei meu corpo nu, jogado e frágil.

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