domingo, 2 de outubro de 2011

Prostituta

Eis que Rainha, maldita, pequena leoa. O que queres da noite celeste?
Por que estás neste vazio, fumaça és, fumaça serás.
De onde veio? Da fome, da multidão cruel, marginalizada pelas estrelas.
Estrelas és ou sonhou em ser? O que queres pequena intensidade? Dor?

Vejo que és amor, pés teus pelo chão da rua dois, quanto é dois mais dois? Cinco para ti, chamo a ti, erro, errante, exata promiscuidade serena.
O que são dois corpos, frio e quente ligados, misturados, distantes de hora, de honra? Relação impetuosa, fervorosa, és medrosa.

Roubas próprios sonhos teus? Ladra! Fios de teu cabelo emprestados da Deusa maligna, creio que tu és maligna, lábios teus, adoçicados e provados por malandros, em feminino, és malandra, inveja a ti mesmo, teu direito narcisista.

Mulher! Callá-te, não há perdón, estás viva por seleção, és forte, fortaleza de teu pranto, alma tua nutrida de episódios piedosos, piedade da estrela que derrama lágrimas por ti, clame aos céus. És digna como pretendes.

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