sábado, 17 de setembro de 2011

Casa das Sensações

Residindo nesta casa de sensações, sensações minhas, perdidas
Estes quartos terrenos, sombrios, cumprimentados pelo meu eu
Obscuro imaturo, sob este chão minha alegria satírica
Admirada pelo Diabo, Diabo íntimo dos humanos, interligados
Intimamente por uma crosta de sentimentos hostis.

Sirva-se do café negro, ou do chá mulato, nas mãos desta mulata
escravizada, demonizada superficialmente por tempos modernos
Destino, escolha, dedos meus estão sujos de sangue, sangue de ideias
Ideias românticas, não estas pronto para receber-me e atender minhas preces
Cheguei a matar a parte tua que resistia em meu peito, mas como posso, ressuscitei.

Nesta cozinha lavo meus olhos, reinundo este mar de poesia, poesia velha
Castigada por tragédias de outros corpos frágeis e mestiços
Como suportarei esta imensidão sem meu encontro com o fantasioso?
Explique-me, jusitifique minha existência na sala de estar
Contos, vida e morte, sobrevivência por sorte, sou produto de você.

Saías pela janela de minha habitação, mas antes volte ao banheiro
Enxugue algumas lágrimas tuas, permaneça com tuas mãos sobre os azulejos
Brancos e frios, ouvirei a ti, gemendo pela alma, ao tentar encontrar-se
Mass volte ao jardim, estou entre as flores, natural, com tua natureza exposta
Pequenos somos, naturalizados com vozes.

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